Covid: GO reduz só uma área em nível de calamidade apesar de esforço
Dezesseis regiões do Estado seguem em nível de calamidade da pandemia. Entorno do Distrito Federal e destinos turísticos estão entre elas
atualizado
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Goiânia – Uma semana após decretos com medidas mais restritivas em todo o estado e sistema de saúde atingindo 100% de ocupação em cidades do interior, Goiás conseguiu reduzir apenas uma região entre as que estavam no nível de calamidade da pandemia.
Locais como Entorno do Distrito Federal, região metropolitana de Goiânia e destinos turísticos, como Caldas Novas, Pirenópolis e Chapada dos Veadeiros, seguem no nível mais elevado em relação à Covid-19.
A Secretaria de Estado de Goiás (SESGO) atualizou nesta sexta-feira (5/3) o mapa que delimita as macrorregiões de Goiás e as classifica em níveis de alerta, crítico e de calamidade, conforme o avanço da pandemia. Na semana passada, 17 das 18 regiões estavam no nível mais preocupante. Desta vez, 16 delas seguem no mesmo contexto, com exceção apenas da região norte, que passou para o nível crítico.
Ao todo, essas regiões em calamidade correspondem a 222 das 246 cidades goianas, ou seja, 90,2% dos municípios do Estado. A região Norte faz companhia, agora, para a região Nordeste II, que já estava com classificação de nível crítico na semana passada.
Os 24 munícipios que estão nessa categoria, são: Alvorada do Norte, Buritinópolis, Damianópolis, Guarani de Goiás, Iaciara, Mambaí, Nova Roma, Posse, São Domingos, Simolândia, Sítio D’Abadia, Bonópolis, Campinaçu, Estrela do Norte, Formoso, Minaçu, Montividiu do Norte, Mundo Novo, Mutunópolis, Novo Planalto, Poragantu, Santa Tereza de Goiás, São Miguel do Araguaia e Trombas.
Quadro de agravamento
O mapa é atualizando semanalmente e começou a ser feito há três semanas, quando o governo do Estado sentiu a necessidade de alertar os prefeitos para o agravamento da pandemia. Na ocasião, o nível de ocupação das UTIs da rede estadual de saúde oscilava em torno de 90%. Hoje, já atinge os 97%.
Uma norma técnica foi publicada e divulgada com as orientações de restrição que devem ser adotadas em cada nível de classificação. Para os casos de calamidade, aconselha-se o fechamento do comércio e o funcionamento apenas das atividades essenciais.
Desde a semana passada, com o quadro de calamidade se espalhando pelo Estado e quando Goiânia e cidades da região metropolitana decidiram adotar medidas mais restritivas, vários municípios fizeram o mesmo e publicaram novos decretos. Os efeitos ainda não foram sentidos na prática e os números da pandemia seguem altos.
O governador Ronaldo Caiado (DEM), que é médico, e prefeitos têm adotado medidas restritivas e feito alertas constantes e apelos para que a população também faça sua parte para tentar frear o avanço da pandemia. Apesar da abertura cada vez maior de leitos de UTI desde o início do ano, a taxa de ocupação segue alta.
E flagrantes de desrespeito às determinações das autoridades são cada vez mais comuns na capital e em todo o estado. São comuns exemplos de estabelecimentos comerciais proibidos de abrir funcionando no “jeitinho” e festas clandestinas.
A SES destaca que não adianta apenas continuar abrindo leitos de UTI. A saída é diminuir a disseminação do vírus e consequente contaminação das pessoas.
Veja a evolução do quadro, nos mapas. A cor vermelha representa o nível mais elevado:
Critérios de avaliação
A classificação apresentada pelo mapa é baseada numa conta que leva em consideração seis critérios. Eles são divididos em duas categorias: aceleração do contágio e sobrecarga do sistema de saúde.
Na aceleração do contágio, os índices analisados são: incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), mortalidade por Covid-19 e velocidade de contágio no tempo. Já em relação ao sistema de saúde, leva-se em consideração as solicitações de leitos de UTI ao complexo regulador estadual, a ocupação de leitos da rede estadual destinados a pacientes com Covid-19 e ocupação de leitos de UTI públicos e privados, também destinados à Covid.
Na semana passada, a SESGO aumentou a importância do índice de ocupação de leitos de UTI na determinação da classificação das regiões. Por se tratar de um dos aspectos que mais preocupa a administração pública, nesse momento, decidiu-se por elevar o peso dessa variante na fórmula matemática que estabelece o cálculo.
Na primeira semana, eram seis regiões em nível de calamidade, que correspondiam a 89 cidades. Na segunda, eram 17, que equivaliam a 235 municípios e, deste vez, 16 macrorregiões (222 cidades).