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Covid: cai número de cidades com mais mortes que em meses anteriores

Quantidade de municípios que registraram mais mortes em um único mês caiu. Em abril, dados mostraram 212 cidades nessa situação

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Hospital de campanha da cidade de Ceilandia
1 de 1 Hospital de campanha da cidade de Ceilandia - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Maio terminou na segunda-feira (31/5) e se consolidou como o terceiro mês com o maior número de vidas perdidas para a Covid-19 em todo o Brasil. Em 31 dias, foram registrados 58.920 óbitos decorrentes da doença. E em 117 municípios brasileiros, os óbitos foram maiores do que em todos os meses anteriores da pandemia no país.

O número de cidades nessa situação, no entanto, é menor que o já registrado pelo Metrópoles em outros meses. Em março, foram 464 cidades apresentando esse cenário, caindo para 212 em abril.

Das cidades identificadas, a maioria está localizada em Minas Gerais: no total, são 36, o que representa 4,2% dos municípios mineiros. Em segundo lugar, vem a Paraíba, com 11 cidades.

O levantamento foi realizado pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com base nos números de óbitos coletados na plataforma colaborativa Brasil.io.

Veja, a seguir, a lista de municípios:

Segundo César Carranza, médico infectologista do Hospital Anchieta em Brasília, a queda na quantidade de cidades com mais mortes em meses anteriores encontra justificativa na baixa da onda de infectados no país.

“Esse número diminui porque, após o vírus contaminar mais pessoas em capitais, o ‘normal’ é que essa mesma contaminação ocorra, em seguida, em cidades menos habitadas. Acontece, então, a interiorização da Covid”, diz o especialista.

Com o acontecimento de novas mutações no vírus e a chegada de novas cepas ao país, como é o caso da variante vinda da Índia, pesquisadores e especialistas estão alertando para o acontecimento de uma onda de contaminação com recordes de casos e óbitos pelo coronavírus.

Apesar de divergirem se o país estaria entrando numa terceira onda de contaminação, a constatação geral é que o patamar atual de óbitos está muito acima do que o que foi visto no ano passado. Desde o dia 11 de maio, a média móvel de óbitos do país saiu de 2 mil mortes, mas o Brasil continua perdendo mais do que 1.700 vidas para a pandemia diariamente desde então.

Boletim publicado pelo Observatório Fiocruz Covid-19 no dia 12 de maio alerta que, diante do patamar epidêmico atual, uma nova explosão de casos de Covid-19 seria catastrófica. E isso acontece justamente pelos registros de mortes e casos ainda não terem diminuído completamente.

“Quando esta onda começa a cair, ela não diminui ao ponto de estar em um patamar pré-pandemia, por exemplo. Ela diminui, mas os números são tão altos que, com uma nova onda de contaminações, acontece novamente um colapso na saúde do país”, alerta Carranza.

Diante dessa má expectativa, autoridades políticas vêm tomando precauções para conter a avalanche de contaminações.

No Distrito Federal, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, já alertou sobre a possibilidade de uma terceira onda e pediu que técnicos do órgão monitorem o surgimento de novos casos.

Em São Paulo, o Hospital Geral de Guaianases, em Guarulhos, está sendo preparado para receber apenas pacientes com a variante indiana do coronavírus.

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