Covid: análise aponta cepa de Manaus em 17 cidades de GO; veja lista

Goiânia – O resultado de análises laboratoriais de amostras de pacientes com Covid-19, em Goiás, indica um cenário de disseminação de novas variantes da Covid-19. Elas foram encontradas em amostras de pacientes de diferentes regiões do estado.

Em anúncio feito nesta quinta-feira (18/3), a Secretaria de Estado de Saúde (SESGO) informou que a cepa de Manaus (AM) foi identificada em pacientes de 17 cidades goianas (veja lista abaixo). Essa variante, também chamada de P.1, é conhecida pelo alto poder de contaminação, assim como pela severidade dos sintomas.

Além dela, os resultados indicaram, ainda, a presença da variante inglesa (B1.1.7) em amostras de pacientes de três outros municípios. Entre eles, está a capital, Goiânia, que já aparece, também, com predominância da variante de Manaus.

Nessa quarta-feira (17/3), o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, anunciou que 93% de amostras coletadas aleatoriamente, na cidade, deram positivo para a variante manauara. O quadro confirma algo que já vinha sendo alertado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM), que é o contexto de contaminação comunitária.

A SES destacou que, entre os pacientes, cujas amostras foram analisadas, não foram relatados históricos de viagens ou contato com pessoas que tenham viajado para localidades específicas em que essas variantes estejam circulando. A contaminação ocorreu, portanto, independentemente de deslocamento.

Sintomas

Entre os sintomas apresentados pelos primeiros casos investigados, constam: cefaleia, anosmia (perda do olfato), ageusia (perda do paladar), tosse, febre, prostração e cansado.

A SES enviou os dados e entrou em contato com as vigilâncias epidemiológicas municipais. Foram repassadas orientações quanto ao rastreamento dos casos, monitoramento de contatos e importância do isolamento.

Estratégia Genômica

Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, as análises laboratoriais fazem parte do trabalho de uma estratégia genômica, que visa acompanhar a dinâmica de circulação do vírus em Goiás.

Ela pontua que em outras seis cidades foram encontradas variantes que já circulavam em Goiás, mas, do ponto de vista epidemiológico, o que preocupa, no momento, é a presença e a transmissão em escala dessas novas cepas.

A confirmação dos testes ocorre por meio do sequenciamento genético. As análises são feitas por laboratórios da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGO), com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg).

A seleção das amostras coletadas para análise foi feita pela Vigilância Epidemiológica e pelo Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO). Foram levados em consideração a gravidade dos casos e, também, a localização, pois pretendia-se avaliar pacientes de todas as regiões do estado. Mais resultados devem sair na próxima semana.

Veja a lista das cidades:

Variante de Manaus (P.1): 17 municípios

Abadia de Goiás

Anápolis

Águas Lindas

Araguapaz

Bom Jardim

Catalão

Damolândia

Davinópolis

Faina

Goiânia

Jussara

Monte Alegre de Goiás

Montes Claros de Goiás

Mundo Novo

Santa Fé de Goiás

São Luís de Montes Belos

Turvânia

 

Variante inglesa (B1.1.7): 3 municípios

Anápolis

Goiânia

Luziânia

 

Outras variantes: 6 municípios

Ceres

Goiânia

Formosa

Cristalina

Rio Verde

Valparaíso de Goiás

Idosa morreu no Entorno do DF

Até o momento, as análises laboratoriais confirmaram a morte de uma idosa de 60 anos em Goiás, em decorrência da variante da Covid-19 de Manaus. Ela morava em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.

Os resultados das análises, assim como a quantidade de amostras analisadas, não conseguem acompanhar a velocidade de disseminação do vírus. Pode ser, portanto, que outros casos já tenham ocorrido.

O avanço acelerado da pandemia em Goiás reflete nos hospitais e na quantidade de mortes registradas. O estado ultrapassou nessa quarta-feira a marca de 10 mil óbitos, nove dias depois de atingir a marca de 9 mil. Foi o intervalo mais curto, desde o início da pandemia.

Na quarta (17), a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia também fez um alerta: análise feita na capital pelo Hospital das Clínicas da UFG apontou que a cepa de Manaus está presente em 93% das amostras.