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Covid: 80% de profissionais da saúde mortos no país eram mulheres

O coronavírus matou ao menos 4.500 profissionais de saúde brasileiros entre março de 2020 e dezembro de 2021, mostra estudo inédito

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uti covid-19 no rio de janeiro
1 de 1 uti covid-19 no rio de janeiro - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

A batalha do Brasil contra o coronavírus foi especialmente dura para aqueles que atuam na linha de frente se esforçando para salvar vidas: técnicos e auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos. Esses profissionais, que nos piores momentos da pandemia tiveram de lidar até com a falta de equipamentos de proteção, enfrentaram taxas de mortes que chegaram ao dobro da média dos anos anteriores à Covid-19. Eles só deixaram de morrer mais do que a população em geral quando começaram a ser vacinados com prioridade, no início de 2021.

Ao menos 4.500 profissionais de saúde de hospitais e clínicas públicos e particulares morreram de Covid-19 entre março de 2020, quando a pandemia chegou ao Brasil, e dezembro de 2021.

Houve mais mortes entre os que trabalhavam junto dos pacientes: técnicos e auxiliares de enfermagem, que representam 70% das vítimas entre os profissionais de saúde; seguidos dos enfermeiros (25%) e médicos (5%).

Essa concentração da maioria das mortes nas ocupações com menores salários no setor da enfermagem trouxe ainda uma grande disparidade de gênero no número de vítimas. Como, conforme dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a maioria da força de trabalho no setor é formada por mulheres, foram elas as que mais morreram: oito a cada dez mortos por Covid-19 entre os profissionais de saúde no período pesquisado eram mulheres.

Estudo inédito

Esses dados sobre o impacto da Covid nos profissionais de saúde brasileiros estão em um estudo divulgado pela primeira vez nesta quinta-feira (13/10), e foi encomendado por uma federação sindical que reúne entidades de 154 países, a Public Services International (PSI), ou Internacional de Serviços Públicos, em português.

Eles foram computados pelo estúdio de inteligência de dados Lagom Data a partir do cruzamento de microdados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados e Registros de profissionais do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).

A pesquisa faz parte de uma campanha chamada Behind the Mask (Por Detrás da Máscara), que será apresentada pela entidade sindical para a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os dados sobre os impactos da Covid entre profissionais de saúde foram apurados pela PSI no Brasil, Zimbábue, Paquistão e na Tunísia. Entre os motivos para a escolha desses países, segundo a entidade, está a resistência de governos locais abordarem a luta contra a doença com a seriedade devida.

“Faltaram equipamentos de proteção, oxigênio, vacinas e medicamentos. Sobraram mensagens falsas e desaforadas do governo sobre a Covid-19, chocando o mundo. E, até hoje, os profissionais da linha de frente seguem desvalorizados no Brasil”, afirma Rosa Pavanelli, secretária-geral da PSI, que tem sua sede mundial em Genebra, e integra a Comissão de Alto Nível do Secretário-Geral da ONU sobre Emprego em Saúde e Crescimento Econômico.

Veja em gráficos alguns achados desse levantamento:

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Antes de serem vacinados, profissionais da saúde morriam mais do que a média. Depois, situação se inverteu
A diferença no impacto entre homens e mulheres
As mortes divididas por ocupação profissional na área da saúde
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O excesso de mortes entre profissionais de saúde provocadas pela Covid-19

Relatório Profissionais de Saúde e a Covid-19 no Brasil, da PSI/Reprodução
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Antes de serem vacinados, profissionais da saúde morriam mais do que a média. Depois, situação se inverteu

Relatório Profissionais de Saúde e a Covid-19 no Brasil, da PSI/Reprodução
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A diferença no impacto entre homens e mulheres

Relatório Profissionais de Saúde e a Covid-19 no Brasil, da PSI/Reprodução
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As mortes divididas por ocupação profissional na área da saúde

Relatório Profissionais de Saúde e a Covid-19 no Brasil, da PSI/Reprodução

Crescimento

Os dados da pesquisa revelam que as mortes entre os profissionais brasileiros de saúde se avolumaram mais rapidamente do que o observado na população geral, especialmente nos meses em que faltaram equipamentos de proteção individual para esses trabalhadores.

Mostram ainda que a vacinação fez toda a diferença para salvar as vidas desses profissionais de saúde quando começou por eles. A partir da consolidação da imunização, trabalhadores de enfermagem e medicina passaram a morrer menos do que a média dos demais brasileiros.

Os meses mais trágicos para os profissionais da linha de frente foram de março a junho de 2021, quando houve mais mortes entre eles do que durante todo o ano anterior.

Não existem dados oficiais sobre quantos profissionais de saúde trabalharam na linha de frente do combate à pandemia, visto que houve grande rotatividade no mercado de trabalho da saúde na época e muitos profissionais atuam em mais de uma unidade de saúde.

Ao todo, a Covid-19 já tirou a vida de mais de 686 mil brasileiros e ainda mata dezenas todos os dias.

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Coveiros se preparam para mais um sepultamento de vítima da Covid-19 em Goiânia
Prefeitura de Goiânia chegou a usar escavadeiras para abrir covas, em 2021
Vítima da Covid-19 é sepultada em cemitério da capital goiana
Sepultamento de vítima de Covid-19, em Goiânia
Alta demanda por enterros no início de 2021 obrigou cemitério a já deixar covas abertas, em Goiânia
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Enterro de vítimas da Covid-19 em cemitério de Goiânia, goiás

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Coveiros se preparam para mais um sepultamento de vítima da Covid-19 em Goiânia

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Prefeitura de Goiânia chegou a usar escavadeiras para abrir covas, em 2021

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Vítima da Covid-19 é sepultada em cemitério da capital goiana

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Sepultamento de vítima de Covid-19, em Goiânia

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Alta demanda por enterros no início de 2021 obrigou cemitério a já deixar covas abertas, em Goiânia

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Goiás viveu o colapso do sistema da saúde e do setor funerário entre março e abril de 2021

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Movimento intenso na entrada de cemitério na capital goiana

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Enterro de vítima de Covid-19, em Goiânia

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Enquanto a escavadeira joga terra sobre o caixão, em cemitério de Goiânia, familiar de uma das pessoas enterradas reza

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Covas são abertas por escavadeira em cemitério municipal de Goiânia

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Estado de Goiás já registrou 22 mil mortes ocasionadas pela Covid-19

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Enterro de vítimas da Covid-19 em cemitério de Goiânia

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Familiares acompanham enterro de parente vítima da Covid-19, em Goiânia

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Coveiros em trabalho em Goiânia

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Enterro de vítimas da Covid-19

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Suor e cansaço, no fim do dia dos coveiros

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Coveiros levam caixão para sepultamento de vítima de Covid-19, em Goiânia

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Cemitério de Goiânia

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Sepultamento de vítima da Covid

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Carro funerário chega com mais um caixão de vítima da Covid-19 em cemitério de Goiânia

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Sequência de covas abertas para enterro de vítimas de Covid-19, na capital goiana. Número alto de sepultamentos

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Vítima de Covid-19 é sepultada no Cemitério Municipal Vale da Paz, em Goiânia. Cena cada vez mais comum

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Coveiro se prepara para mais um sepultamento de vítima da Covid-19, em Goiânia. Situação preocupante

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