Covid: 61% dos brasileiros conhecem alguém que morreu pela doença
País já perdeu 663 mil vidas para a Covid-19. Até a quarta-feira (27/4), Brasil havia registrado 30,3 milhões de casos da doença
atualizado
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Seis em cada 10 brasileiros conhecem alguém que morreu de Covid-19. O número mostra o impacto da pandemia no Brasil, país em que a doença matou mais de 663 mil pessoas.
Os dados fazem parte de pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Instituto FSB Pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (29/4).
De acordo com o levantamento, a porcentagem engloba pessoas que conhecem ao menos um amigo, parente ou colega de trabalho que perdeu a vida para a Covid.
As organizações entrevistaram 2.015 brasileiros de 16 anos ou mais, em todas as unidades da Federação. A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 5 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Do total de respostas coletadas, a maior parte é de pessoas que perderam amigos: 40% dos entrevistados fazem parte desta categoria. Apesar do alto número de brasileiros que conhecem alguma vítima da Covid, 37% dos entrevistados não perderam nenhum conhecido para a doença.
Do total de respostas coletadas, 21% são de pessoas que perderam parentes que viviam em outra residência; e 3% são de quem perdeu familiares que moravam na mesma casa. Além disso, 8% dos entrevistados conhece um colega de trabalho que faleceu vítima da Covid.
Dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) apontam que o país havia perdido, até a quinta-feira (28/4), 663.225 vidas para a Covid. Além disso, o Brasil já registrou mais de 30 milhões de casos da doença desde o início da pandemia.
Luto
Ao Metrópoles, o vice-presidente e cofundador da Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico), avaliou o indicador dos brasileiros que conhecem pessoas mortas pela doença como “estarrecedor”.
Criada em 2021, a Avico atua no apoio aos familiares e amigos de vítimas da Covid e na articulação com o poder público para criação de políticas voltadas para o assunto.
“O número é estarrecedor. Esse indicador é algo que comprova o quão importante é não só a Avico, mas outras associações como a nossa, para que continuemos tensionando o estado brasileiro, cobrando que ele se comprometa a criar uma rede de políticas intersetoriais”, afirmou.
Neste mês, a associação completou 1 ano de existência. Além de cobrar fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), a Avico busca apoio socioeconômico para pessoas que perderam o emprego durante a pandemia ou para órfãos da Covid. O grupo também gerencia três grupos de apoio a familiares e amigos de vítimas da doença.
“Através de um grupo de psicólogas voluntárias, essas pessoas se reúnem nesses grupos e vão apresentando suas dores, traumas, dificuldades, e recebem todo o apoio que não existe formalmente no SUS. Alguns municípios já começaram a implementar a ideia de acolher a saúde mental das pessoas que estão enlutadas, mas entendemos que, como voluntariado, podemos prestar esse apoio”, pontuou.
Melhoria no cenário
Apesar dos altos indicadores sobre amigos e familiares vítimas da Covid, a percepção dos brasileiros sobre a crise sanitária melhorou nos últimos meses.
Dados da CNI mostram que, em abril de 2021, 89% dos entrevistados consideravam a situação da pandemia no Brasil como grave ou muito grave. Em abril deste ano, o índice caiu para 40%.
O medo em relação à pandemia também caiu: neste mês, 40% dos entrevistados afirmaram ter receio grande ou muito grande da situação sanitária. No mesmo mês do ano passado, a porcentagem era de 56%.
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