Covid: 20% dos agentes das forças de segurança em GO testaram positivo
Setor tem sido fortemente atingido pela pandemia. Nos últimos 10 dias, sete mortes foram registradas. Ao todo, foram 46 óbitos na área
atualizado
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Goiânia – Consideradas essenciais e, portanto, sem paralisação das atividades em decorrência da pandemia da Covid-19, as forças de segurança pública têm sido umas das categorias fortemente atingidas pela doença.
Só em Goiás, em um ano de pandemia, 4.804 componentes de corporações vinculadas a estado e municípios foram contaminados. Esse total equivale a pouco mais de 20% do total de integrantes ativos nas tropas das polícias Civil, Militar e Penal, além do Corpo de Bombeiros e guardas civis (todas somam 23,4 mil pessoas).
Ao todo, entre policiais (militares, civis e penais), bombeiros e guardas civis da capital e de Aparecida de Goiânia, já foram registradas, até agora, 46 mortes. Desde o início da pandemia, famílias de todo o estado ficaram enlutadas por entes queridos que atuavam diariamente nas ruas.
Uma das maiores parcelas de contaminação ocorreu entre os bombeiros. Com um efetivo de 2.485 pessoas, conforme dados do Portal da Transparência de Goiás, a corporação já registrou 649 casos da Covid-19, que equivalem a 26,1% do total de integrantes.
Desses casos, 45 bombeiros seguem em tratamento ou em observação. Um deles está internado em unidade de terapia intensiva (UTI). Até o momento, dois bombeiros militares já morreram por Covid-19, em Goiás.
Nos últimos dois dias, pelo menos quatro militares morreram no estado em função da doença. O governador Ronaldo Caiado (DEM) chegou a expressar suas condolências por meio de postagens nas redes sociais.
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Polícia Civil decretou luto
Se levado em consideração o período dos últimos 10 dias, o número sobe para sete óbitos registrados nas polícias Civil e Militar. Entre os civis, o último caso, que gerou muita repercussão, foi o da agente de polícia Sara Cardoso da Silva, morta em 7 de março, aos 40 anos, após ficar dois dias intubada na UTI de um hospital particular de Goiânia.
Em postagem no Instagram, publicada no fim de semana, a corporação anunciou decreto de luto pelo falecimento de nove integrantes. Ao todo, 627 casos de Covid-19 foram registrados entre os policias civis, o que equivale a cerca de 17% do total de servidores da ativa.
De acordo com o balanço feito, a doença atingiu 213 mulheres e 414 homens, e 89 seguiam em quarentena e em recuperação até essa segunda-feira. Entre as nove mortes, três foram de mulheres e seis, de homens.
No dia do sepultamento de Sara Cardoso, um cortejo fúnebre foi feito saindo da delegacia onde ela trabalhava, em Senador Canedo, cidade da região metropolitana de Goiânia, até o cemitério. Ela era professora da Escola Superior da Polícia Civil (ESPC).
Mais de 2 mil PMs contaminados
Na Polícia Militar de Goiás (PMGO), 2.050 casos de Covid-19 foram confirmados em um ano. A média é semelhante à da Polícia Civil: em torno de 17,2% do efetivo, que hoje, de acordo com o Portal da Transparência, é formado por 11.867 integrantes da ativa.
Ao todo, desses mais de 2 mil casos, 23 morreram. Um deles foi o sargento Ariovaldo Camargo, de 41 anos. Ele faleceu no sábado (13/3), exatos seis dias depois da morte do irmão, que também era militar, integrante do Corpo de Bombeiros, tenente Adelson Camargo, 44.
Ariovaldo estava internado desde o dia 26 de fevereiro na UTI da Santa Casa de Misericórdia, em Catalão, no sul de Goiás. Segundo a nota de pesar divulgada pela PMGO, ele atuava como policial havia 18 anos. O irmão trabalhava como bombeiro havia 23 anos.
Polícia Penal
Entre as últimas mortes registradas nas forças de segurança em Goiás, inclui-se o caso do policial penal Rodolfo de Paula Borges Hidasi, que também morreu no sábado. Ele é um dos dois óbitos registrados entre os cerca de 4,4 mil servidores da Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), em Goiás.
O governador Ronaldo Caiado expressou pesar em publicação no Instagram. Até essa segunda-feira, 688 servidores da DGAP já tinham sido contaminados pela Covid-19, conforme o balanço divulgado diariamente. Esse número equivale a 15,6% do efetivo.
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Nas Guardas Civis, contaminação atinge 30%
O índice de contaminações é ainda maior entre os guardas civis metropolitanos e municipais. O Metrópoles solicitou o balanço às corporações de Goiânia e Aparecida de Goiânia, e o percentual atinge ou se aproxima dos 30% nos dois casos.
De 1.323 guardas civis metropolitanos que atuam na capital, 400 tiveram teste positivo para a Covid-19, o que equivale a 30,2%. Desses, sete morreram.
Vejam:
Em Aparecida de Goiânia, dos 513 integrante da Guarda Civil Municipal (GCM), 150 foram contaminados pela Covid-19 em um ano, ou seja, 29,2% do total do efetivo. Três deles morreram.