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Covid: 2 milhões deixaram de se vacinar ou atrasaram 2ª dose em Goiás

Números preocupam, diante do aumento de novos casos e mortes pela doença no estado: 82% dos pacientes graves não se vacinaram completamente

atualizado

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Criança recebe vacina contra Covid-19 em posto de saúde em Goiânia, Goiás
1 de 1 Criança recebe vacina contra Covid-19 em posto de saúde em Goiânia, Goiás - Foto: Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Goiânia -Apesar da gravidade do contexto atual da Covid-19, que avança rapidamente em Goiás, com recordes recentes em registros de novos casos da doença, a quantidade de pessoas que seguem sem vacinar ou que não retornaram para tomar a segunda dose da vacina é altíssima no estado. Mais de 2 milhões de goianos se enquadram nessa situação.

O Metrópoles fez o levantamento, a partir dos dados referentes à cobertura vacinal, disponíveis no painel da Covid, que é mantido e atualizado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SESGO).

Nessa quarta-feira (2/2), os números indicavam que 702.005 pessoas, acima de 12 anos, não foram tomar sequer a primeira dose, em Goiás. E em relação à segunda dose, mais de 1,4 milhão (exatas 1.421.557 pessoas) não retornaram para concluir a primeira etapa da imunização.

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Campanha de vacinação em Goiás ainda não atingiu 70% da população
Criança recebe vacina contra Covid-19 em posto de saúde de Goiás
Fila de vacinação contra Covid-19,  em Goiânia (GO)
Vacinação em Goiás contra a Covid-19
Goiás chegou a ter 384 pessoas na fila por um leito de UTI da Covid, em março de 2021
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A Secretaria de Saúde diz que o ideal para liberar uso de máscaras é que pelo menos 70% da população esteja vacinada

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Campanha de vacinação em Goiás ainda não atingiu 70% da população

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Criança recebe vacina contra Covid-19 em posto de saúde de Goiás

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Fila de vacinação contra Covid-19, em Goiânia (GO)

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Vacinação em Goiás contra a Covid-19

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Goiás chegou a ter 384 pessoas na fila por um leito de UTI da Covid, em março de 2021

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Campanha de vacinação da Covid-19 em Goiás

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Campanha de vacinação da Covid-19 em Goiânia

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A superintendente de Vigilância em Saúde da SESGO, Flúvia Amorim, considera preocupantes os números de pessoas sem vacinação no estado.

“Isso é muito ruim, porque acaba que a gente tem uma parcela grande da população que já poderia estar completamente imunizada, correndo risco muito menor de desenvolver formas graves e até óbitos por Covid, mas que estão vulneráveis à doença”, pondera.

Com a chegada e disseminação da variante Ômicron, principalmente no período pós-festas e aglomerações de fim de ano, Goiás voltou a registrar índices de ocupação dos leitos de  unidade de terapia intensiva (UTI) para tratar pacientes com Covid acima de 90%. Isso não ocorria desde junho do ano passado.

82% dos casos graves são de pessoas sem vacina

O reflexo imediato no sistema de saúde, com o aumento de internações e casos graves da doença, foi sentido principalmente entre pessoas que não se vacinaram ou deixaram de concluir a imunização.

Em um levantamento feito durante a última semana, entre pacientes adultos com Covid e que deram entrada nos hospitais da rede estadual de saúde, foi constatado que 82% deles não se vacinaram ou não retornaram para tomar a segunda dose.

No sábado (29/1), o estado atingiu a marca de 25 mil mortes por Covid, desde o início da pandemia. Os índices de vacinação completa (com segunda dose ou dose única) ainda não ultrapassaram a marca dos 65% da população goiana.

Goiás tem cerca de 7,2 milhões de habitantes, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, mais de 2,1 milhões já poderiam ter concluído a imunização contra a Covid e, simplesmente, não foram.

“Se juntar o atraso do reforço, aumenta ainda mais”

Desde 1º de setembro, Goiás começou a aplicar a terceira dose da vacina. O mesmo comportamento displicente que se viu no processo de vacinação da segunda dose repete-se, agora, com quem deveria retornar para a dose de reforço.

Flúvia Amorim conta que a SESGO está levantando, ainda, os dados referentes ao atraso de quem já poderia ter ido tomar a terceira dose e não foi. E ela adianta: “o total de gente sem vacinação completa vai ser bem maior, quando juntar tudo”.

O pico de casos gerados pela circulação da variante Ômicron ainda não foi atingido, em Goiás, o que deve ocorrer, segundo a superintendente, nas próximas semanas. Isso, se o período de disseminação acelerada e avanço da variante for o mesmo verificado nos EUA e Europa – cerca de 30 dias.

O atraso das pessoas na terceira dose da vacina é preocupante, enfatiza Flúvia, porque estudos já indicaram que a dose de reforço consegue proteger cerca de 90% dos casos que poderiam acabar em óbito pela Ômicron.

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Ocupação de leitos de UTI e enfermaria da Covid aumentou em Goiânia e Goiás
Capital goiana tem posto de vacinação móvel
Van da vacinação em Goiânia
Além de covid-19, profissionais também oferecem vacina contra H1N1
Multidão de pessoas foi até o estacionamento do Parque Mutirama, em Goiânia (GO), para fazer o teste rápido na quinta-feira (6/1)
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Vale ressaltar que o uso de três doses tem o principal objetivo de diminuir a quantidade de casos graves e o número de hospitalizações por Covid-19

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Ocupação de leitos de UTI e enfermaria da Covid aumentou em Goiânia e Goiás

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Capital goiana tem posto de vacinação móvel

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Van da vacinação em Goiânia

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Além de covid-19, profissionais também oferecem vacina contra H1N1

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Multidão de pessoas foi até o estacionamento do Parque Mutirama, em Goiânia (GO), para fazer o teste rápido na quinta-feira (6/1)

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Estacionamento do parque Mutirama, em Goiânia, ficou lotado de pessoas interessadas em fazer o teste rápido da Covid-19

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Servidora da saúde aplica teste da Covid-19 em Goiânia

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Fake news e mentiras impactaram em Goiás

O estado pretende investir em mais campanhas de conscientização e fará um Dia D da imunização, em parceria com os municípios. A realidade em Goiás foi bastante marcada pelo impacto das chamadas fake news e mentiras referentes à vacina da Covid-19. Reverter esse contexto é um desafio para a gestão da saúde local.

“Eu falo que as mentiras tiveram um impacto grande aqui, diferente do que vimos em outros estados da federação. A imunização de crianças mesmo, de 5 a 11 anos, está muito abaixo do esperado. Não vacinamos nem 3% da população nessa faixa etária. Quando comparamos Goiás com outros estados, estamos muito aquém”, diz Flúvia.

A superintendente pondera que a vacina infantil foi aplicada em mais de 8 milhões de crianças nos EUA e foi aprovada por agências reguladoras mundo afora, em diferentes continentes. “Não tem porque não acreditar”, afirma.

Percentuais de atraso são maiores entre os mais jovens

Na análise dos números feita pelo Metrópoles, é possível observar que os maiores percentuais de atraso na vacinação em Goiás estão entre os mais jovens. No caso do público que não foi tomar nem a primeira dose, os maiores índices são verificados entre pessoas com até 39 anos de idade.

Na faixa entre 18 e 29 anos, 10,9% das mulheres e 18,6% dos homens que vivem no estado não foram se vacinar. Na faixa entre 30 e 39 anos, os percentuais são de 13,8% para os homens e 8% para as mulheres. De 12 a 17 anos, o caso é ainda mais preocupante: 24% das adolescentes meninas e 28% dos meninos não foram vacinados.

“São pessoas que acham que a pandemia acabou, mas elas, além de não se imunizarem, colocam outras em risco, pois são pessoas que tendem a sair, viajar, frequentar locais fechados, bares, festas e eventos. Trata-se de uma junção de fatores de risco que acabam culminando nisso que a gente está vivendo hoje”, aponta Flúvia Amorim.

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