Covid-19: venda de passagens aéreas em março é a menor desde 2009
A queda é a maior já registrada na comparação entre os meses de março de cada ano
atualizado
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As companhias aéreas estão sendo fortemente afetadas pelas consequências do novo coronavírus em todo o mundo. Entre lockdowns, confinamentos e fechamento de fronteiras, não sobram muitos motivos para viajar. No Brasil, a situação não é diferente. Em março, primeiro mês com impactos da pandemia para o setor no país, a quantidade de passageiros foi 35,5% menor do que o mesmo período de 2019.
Com o recuo, o volume de pessoas que realizaram voos domésticos em março deste ano foi o menor desde 2009, quando 4,181 milhões de viajantes embarcaram em voos no território nacional.
O Brasil teve 4,994 milhões de passageiros domésticos em março deste ano e 7,940 milhões no mesmo mês em 2019. A queda é a maior já registrada na comparação entre os meses de março de cada ano. Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e foram compilados e analisados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.
“Após o risco de paralisação completa do transporte aéreo no Brasil, em decorrência da pandemia por coronavírus, a Anac acompanhou a construção de uma malha essencial a partir de 28 de março. Com redução de 91,6% em relação à originalmente prevista pelas empresas para o período, o número de voos semanais estimados até o fim de abril passou de 14.781 para 1.241”, informou, em nota, a agência reguladora.
A baixa no mês de março foi suficiente para fazer com que o primeiro trimestre de 2020 fosse o pior desde 2013 para o setor aéreo em número de passageiros. Foram 21,897 milhões de trechos nos três primeiros meses do ano, recuo de 9% quando comparado aos 24,078 milhões no mesmo período de 2019.
Distrito Federal
O aeroporto de Brasília teve redução significativa de viagens não apenas em março mas em todo o primeiro trimestre do ano – queda maior do que a média nacional. No último mês, foram 789,4 mil passageiros, no DF, embarcando ou desembarcando. Em março de 2019, esse número foi de 1,308 milhão, o que representa retração de 39,7%.
No Distrito Federal, a quantidade de pessoas pousando ou decolando, no trimestre, passou de 4,058 milhões entre janeiro e março de 2019 para 3,537 milhões no mesmo período deste ano, queda de 12,8%.
Após registrar diminuição de 90% no fluxo devido à crise do novo coronavírus, o Aeroporto Internacional de Brasília começa, aos poucos, a retomar alguns voos. A partir do próximo dia 24, o número de destinos saindo da capital da República vai aumentar de 15 para 24. Nada perto, porém, das 45 localidades nacionais e 10 internacionais nas quais os aviões pousavam ou faziam conexões antes de a infecção por Covid-19 ser declarada pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS).