Covid-19: Twitter apaga post de Malafaia que criticava isolamento
Pastor evangélico usou a conta na rede social para disseminar um vídeo intitulado “A farsa da quarentena no Brasil”
atualizado
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Após deletar duas postagens feitas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), – ambas consideradas prejudiciais ao combate à pandemia de coronavírus no mundo– o Twitter apagou sete posts escritos pelo pastor evangélico Silas Malafaia, com a mesma justificativa.
No início da tarde desta quinta-feira (02/04), Malafaia publicou um vídeo intitulado “A farsa da quarentena no Brasil”, criticando as políticas de isolamento contra a disseminação do vírus que já causou mais de 50 mil mortes no mundo.
Nas filmagens, feitas, segundo Malafaia, sob encomenda, é possível ver pessoas trabalhando e caminhando nas ruas de uma cidade normalmente. Os personagens ainda criticam a quarentena. “Eu quero bater palma para essa gente pobre, trabalhadora, aguerrida, que está desmoralizando essa quarentena de araque de governadores e prefeitos. Todas as comunidades no Brasil estão abertas”, comentou ele, no vídeo.
No post, feito em sua conta pessoal no Twitter, Malafaia afirma que o objetivo do vídeo era “denunciar essa safadeza de quarentena”. Segundo ele, o isolamento, imposto por governadores de vários estados brasileiros, só existe para “atender interesses políticos e de mídia”.
Bolsonaro
No início desta semana, duas publicações feitas pelo próprio presidente Bolsonaro foram deletadas. Os conteúdos eram vídeos compartilhados na manhã do domingo, quando Bolsonaro foi a uma farmácia e a uma padaria no Sudoeste, em Brasília, ao Hospital das Forças Armadas (HFA) e ao centro de Ceilândia e Taguatinga, regiões administrativas do Distrito Federal.
Na ocasião, Bolsonaro enaltecia o uso de cloroquina contra o coronavírus e criticava veementemente o isolamento social imposto por governadores de vários estados brasileiros e o Distrito Federal.
Em todos os locais pelos quais passou, o presidente provocou pequenas aglomerações, contrariando as recomendações do próprio Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em nota, o Twitter diz que “anunciou recentemente em todo o mundo a expansão de suas regras para abranger conteúdos que forem eventualmente contra informações de saúde pública orientadas por fontes oficiais e possam colocar as pessoas em maior risco de transmitir COVID-19”.