Temendo variantes, manobristas de navio pedem prioridade por vacina
Categoria tem 632 profissionais, que precisam entram nos navios que chegam do exterior no Brasil. São 84 mil operações por ano
atualizado
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A confirmação da chegada por navio de pessoas infectadas com a variante indiana do coronavírus ao Maranhão assustou os profissionais responsáveis por receber e manobrar as embarcações que chegam ao Brasil vindas do exterior, os práticos da Marinha Mercante.
Segundo o conselho que representa a categoria, formada por 632 profissionais, eles não foram incluídos no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19, ao passo que funcionários portuários e trabalhadores de transporte aquaviário de empresas brasileiras de navegação foram foram colocados.
“Já perdemos três práticos para a Covid-19, somos trabalhadores muito expostos porque entramos em contato com os navios que chegam, com as tripulações. É um trabalho essencial, que não parou nenhum dia na pandemia, mas entendo que temos direito a essa proteção”, afirma Ricardo Falcão, presidente do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra) e prático na Amazônia.
Impasse
Consultado pelo Metrópoles, o Ministério da Saúde informou que “os profissionais da praticagem poderão receber a vacina da Covid-19 desde que comprovem a atuação como trabalhadores de transporte aquaviário ou trabalhadores portuários, em alinhamento aos grupos prioritários, definidos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 (PNO)”.
Para o conselho, o Ministério da Saúde não entendeu o problema, pois os práticos não podem comprovar que trabalham nas categorias expressas na autorização.
Ainda em 18 de dezembro, o Conapra enviou carta ao órgão solicitando a inclusão dos 632 práticos e todos os funcionários das empresas de praticagem, totalizando cerca de duas mil pessoas no Brasil.
“É preocupante, estamos trabalhando com essa apreensão. O prático pode entrar em até cinco navios no mesmo dia, tendo contato com suas tripulações, tripulantes das lanchas de praticagem. Pedimos essa atenção”,
Em agosto do ano passado, o Metrópoles registrou em uma reportagem especial a rotina de práticos e outros trabalhadores essenciais do setor do transporte em meio às dificuldades impostas pela pandemia.
Veja a os cuidados tomados por Otávio Fragoso, prático da Marinha Mercante: