Covid-19: quem anunciar vacina agora vai se desdizer, diz diretor da Anvisa
O diretor-presidente substituto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antônio Barra Torres, passa por sabatina no Senado
atualizado
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O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, afirmou nesta segunda-feira (19/10), em sabatina na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que ninguém pediu registro de vacina ao órgão. E que qualquer um que lançar data de campanha de vacinação da Covid-19 vai se desdizer.
Torres afirmou que “ninguém pediu registro de vacina nenhuma até o presente momento”, embora haja quatro protocolos vacinais em desenvolvimento. Entretanto, o diretor disse que “a agência dará resposta no menor tempo possível”.
“Qualquer um que disser ‘Dia tal estarei iniciando campanha de vacinação [da Covid-19]’ está se lançando num território extremamente perigoso e com chances de se desdizer num curto intervalo de tempo. Estamos diante de um novo vírus. Se tratar com um vírus é difícil, com um novo é mais [difícil] ainda”, declarou.
O diretor da Anvisa minimizou as possíveis pressões sobre a agência e disse que evita misturar o trabalho da autarquia com ideologias.
Torres ficou conhecido por participar de manifestações ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), contrariando as orientações do Ministério da Saúde, à época comandado pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), havia anunciado que poderia começar a vacinação com a Coronavac, produto contra o coronavírus que está sendo produzido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, ainda neste ano.
Nesta segunda-feira, recuou e adotou um tom mais cauteloso. Bolsonaro e Doria trocaram farpas nos últimos dias sobre a obrigatoriedade da imunização.
Aprovação
Após a sabatina, a Comissão aprovou as indicações dos quatro membros aos cargos de diretores da Anvisa. Além do diretor-presidente Antonio Barra Torres, que recebeu 14 votos favoráveis e três contrários, foram aprovados Alex Campos, por 16 x 1, Cristiane Gomes, por 15 x 2, e Meiruze Freitas, por 16 x 1.
Todos os sabatinados devem passar ainda pelo plenário entre terça (20/10) e quarta-feira (21/10) e necessitam dos votos favoráveis de, ao menos, 41 dos 81 senadores para serem aprovados.