Covid-19: prefeita de Oiapoque é alvo de operação contra desvio de insumos
Investigações apontaram “fortes indícios” de que medicamentos e testes eram desviados, esvaziando a rede pública
atualizado
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, neste domingo (14/06), a operação Panaceia, para combater desvios de medicamentos e testes para Covid-19 em Oiapoque, no Amapá. As investigações também apuram o uso indevido de serviços públicos de saúde e, entre os alvos, está a prefeita da cidade, Maria Orlanda Marques (PSDB).
No total, agentes cumprem oito mandados de busca e apreensão na capital, Macapá, e em Oiapoque — neste caso, a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde estão entre os alvos, bem como a casa da prefeita. Segundo a corporação, foram apreendidos testes detecção da Covid-19, máscaras e aventais de uso hospitalar.
As investigações apontaram “fortes indícios”, de acordo com a PF no Amapá, de que medicamentos e testes eram desviados, esvaziando a rede pública municipal, e depois “disponibilizados para pessoas sem adoção de critérios médicos e necessidade comprovada”.
“Ainda, identificou-se o uso indevido de ambulâncias e equipe móveis de saúde no atendimento de pacientes, sem qualquer adoção de normas e critérios técnicos estabelecidos, causando prejuízo no atendimento regular à população”, completa a nota.
Os alvos da operação poderão responder por crime de responsabilidade, no caso da prefeita e demais políticos (a PF não divulgou os nomes), além de por apropriação e desvio de bens públicos. Somadas, as penas podem chegar a 24 anos de prisão.
Esta é a segunda operação que apura recurso de desvios destinados ao combate ao novo coronavírus. Em abril, a PF também deflagrou a operação Virus Infectio, que já teve duas fases, que tinha como alvo suposta organização criminosa que atuava para fraudar licitações.
Pelo país, também há outras ações do tipo: duas delas, inclusive, tiveram como alvos os governadores do Rio de Janeiro (RJ), Wilson Witzel (PSC), e do Pará, Helder Barbalho (MDB).