Covid-19: plano funerário de SP prevê caminhões frigoríficos
Cidade já reforçou número de coveiros, de carros funerários e faz esforço para a abertura de covas
atualizado
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A Prefeitura de São Paulo finalizou na noite dessa quarta-feira (22/04), um plano de emergência para o serviço funerário da cidade que busca evitar o colapso no sepultamento de corpos diante do avanço de mortes pelo novo coronavírus. Entre as medidas, há a previsão do uso de caminhões frigoríficos para acomodar os corpos dependendo do aumento da demanda.
Os detalhes serão apresentados nesta quinta-feira (23/04), pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), em uma entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado.
O plano prevê níveis de medidas a serem adotadas de acordo com os cenários da evolução da Covid-19 na cidade. Há ações de contingência até para o caso de haver colapso em outras cidades da região metropolitana, o que provocaria aumento dos enterros na capital.
O temor é a ocorrência na cidade de cenas que ocorrem em outras regiões, como o Amazonas, onde corpos chegaram a ficar nos leitos hospitalares, ao lado de pacientes, com as equipes de sepultamento sobrecarregadas.
O plano vem sendo estudado desde a semana passada e vem depois de uma série de ações que a Prefeitura já adotou diante do aumento da demanda. Elas incluem a contratação de uma empresa de mão de obra terceirizada, para reforçar a equipe de coveiros, por R$ 8,9 milhões, de gavetas isolantes (para envolver caixões de corpos enterrados nas gavetas dos túmulos e dos cemitérios verticais) e da locação de mais 22 carros para o transporte dos corpos.
Na cidade, os enterros estão sendo feitos em cerimônias de até 10 minutos, restritas aos familiares mais íntimos. Coveiros e outros servidores usam equipamentos de proteção individual para evitar contaminação.
Em situações normais, a cidade recebe uma média de 100 corpos por dia de outros municípios e exporta 20. Antes da crise, a cidade fazia 240 sepultamentos ou cremações diariamente, com uma estrutura para atender até 350, que é a média dos meses de inverno. Já no início da crise, no fim de março, as funerárias já relatavam aumento dos sepultamentos.
Desde o começo da crise, 919 pessoas já morreram na cidade por causa do coronavírus. Além disso, a Prefeitura aguarda a confirmação de exames em mais 1.442 corpos.