Covid-19: Manaus usará gavetas e câmaras frias para evitar valas coletivas
A média de mortes vem aumentando na capital do Amazonas, que registrou 130 enterros apenas no sábado (9/1)
atualizado
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O secretário Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), Sabá Reis afirmou em entrevista à Rede Amazônica que, devido ao aumento do número de mortes pelo coronavírus, Manaus não voltará a ter enterros em valas comunitárias e usará câmaras frias para que o sepultamento ocorra “sem pressa”.
Sabá lembrou ainda que a média de mortes vem aumentando na capital do Amazonas, que registrou 130 enterros apenas no sábado (9/1). “Nós vamos evitar sofrimento maior, dor das pessoas. Aqui não terá vala coletiva, ninguém será sepultado um em cima do outro”, declarou.
No início da pandemia, entre abril e junho, o Cemitério Parque Tarumã, considerado o maior cemitério público de Manaus, teve caixões empilhados e em valas comuns devido ao colapso causado pela Covid-19. O número de mortes ficou 108% acima da média histórica.
O secretário informou que o cemitério do Tarumã tem 326 lóculos — estruturas verticais conhecidas como “gavetas” — prontos e que a prefeitura pretende construir mais 22 mil.
“Nós não utilizamos nenhuma ainda [covas verticais], até porque culturalmente a nossa população é acostumada em sepultar as pessoas na cova, mas na hora que não tiver mais cova, as pessoas vão ter que entender que será aí mesmo. Além disso, nós temos no crematório de Iranduba quase 400 procedimentos de cremação, mas as pessoas não querem ser cremadas. É muito raro”, disse.
Sabá destacou ainda que as câmaras frigoríficas devem retornar para o cemitério do Tarumã, para que, caso a demanda esteja alta, os caixões sejam colocados dentro e possam ser enterrados no dia seguinte. “Nós vamos colocar duas ou três câmaras frigoríficas, se precisar que o corpo fique nela pra sepultar no outro dia, não na pressa”, finalizou.