Covid-19: Manaus tem enterros à noite e caixões empilhados
Além disso, com a falta de coveiros, parentes ficam responsáveis pelo sepultamento dos corpos
atualizado
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Com o aumento no número de mortes por Covid-19 em Manaus (AM), famílias têm realizado enterros à noite no cemitério da cidade, com caixões dividindo a mesma cova, separados por uma tábua de madeira. Para isso, são usados refletores durante o sepultamento.
Além disso, com a falta de coveiros, familiares precisam enterrar os corpos. Até essa segunda-feira (27/04), o Amazonas já registrava mais de 3,9 mil casos do novo coronavírus e 320 mortes.
Segundo o Sindicato das Empresas Funerárias do estado (Sefeam), há uma semana, a média diária de enterros passou a ser de 100. Antes do agravamento da crise pela doença, cerca de 30 sepultamentos eram feitos por dia.
Leandro Garcia precisou enterrar o pai, que morreu por causas naturais, e registrou sua revolta com o tratamento dos corpos ao portal G1. Para ele, a situação é humilhante e “não há respeito” com os parentes.
“Querem enterrar vários corpos, um em cima do outro. Não há respeito algum. Disseram que não tem espaço e a única saída é enterrar os corpos empilhados. Me sinto humilhado”, lamentou.
Em decorrência da falta de espaço, o cemitério da cidade também recebeu a instalação de contêineres frigoríficos para guardar os corpos.
Para aliviar a situação, a prefeitura sugere que as famílias optem pela cremação, que é oferecida em parceria com uma empresa privada.