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Covid-19: dos 450 municípios da região Norte, apenas 40 têm leitos de UTI

Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde revelam que menos de 9% da região tem Unidades de Terapia Intensiva

atualizado

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Leitos de UTI no DF
1 de 1 Leitos de UTI no DF - Foto: Divulgação

O Brasil atingiu, nessa sexta-feira (15/05), 14,5 mil mortes pelo novo coronavírus, dentre os 202.918 casos confirmados. A região Norte, uma das mais precárias em estrutura de saúde, soma 2.987 óbitos. Esse número poderia ser bem menor, caso a oferta de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) nas cidades da região fosse suficiente. Dos 450 municípios, apenas 40 têm a estrutura.

Os dados acima foram obtidos pelo Metrópoles por meio do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNESNet), do Ministérios de Saúde. O mapa sugere que apenas 8,9% da região possui as unidades. A tendência é que os pacientes de municípios que não têm UTI sejam transferidos para a cidade mais próxima, com capacidade para atendê-los de maneira adequada.

Especialista em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o doutor Bernardino Cláudio de Albuquerque confirma a movimentação. “A ausência de leitos de UTI, na imensa maioria dos municípios, implica na busca de socorro quando possível nas sedes municipais onde existe o serviço. Com a demora no deslocamento e submissão de uma disputa por leitos, que demora horas ou dias preciosos, quase sempre tem desfecho fatal”, lamentou.

Entre os sete estados da região Norte, o Pará é mais equipado para casos graves de Covid-19. Dezenove dos 144 municípios têm leitos de UTI.  Veja a situação dos outros estados:

Doutor Bernardino, que também é pesquisador na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, faz uma análise realista do cenário da pandemia na região Norte. As constatações não são animadoras, segundo ele. “Nesse aspecto, é preocupante a situação dos municípios do interior onde a epidemia começa a se alastrar, sem o mínimo preparo para a assistência no tocante a pacientes graves”, disse.

Caos

Capital do Amazonas, Manaus ganhou destaque nos noticiários brasileiros e até da imprensa internacional. A cidade concentra 51,2% dos casos e 67,2% dos óbitos de todo o estado. Essa sobrecarga instalou um verdadeiro caos na comunidade amazonense.

Os cemitérios sofrem com o excesso de corpos para enterrar. O sistema funerário ficou sobrecarregado e a solução foi sepultá-los em trincheiras. Com a falta de espaço, os caixões passaram a ser enterrados empilhados em uma mesma cova.

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O uso de máscara é obrigatório em locais fechados
Especialistas apostam que testagem em massa pode ajudar a diminuir o ritmo da pandemia
A recomendação é ficar em casa. Mas, se for sair, use máscara
Resultado dos testes rápidos era divulgado pela internet
Testagem em massa está sendo realizada no DF
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Máscaras de proteção contra o coronavírus

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O uso de máscara é obrigatório em locais fechados

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Especialistas apostam que testagem em massa pode ajudar a diminuir o ritmo da pandemia

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A recomendação é ficar em casa. Mas, se for sair, use máscara

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Profissionais de saúde trabalham para controlar a pandemia no Brasil e no mundo

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Equipe de médicos e enfermeiros aplaude paciente que recebeu alta

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Talita Souza Carmo, professora especialista em bioprocessos e fermentação, está na linha de frente do combate à Covid-19

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Lugares públicos, como o Metrô-DF, são higienizados preventivamente contra o novo coronavírus

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Metrô faz limpeza preventiva contra o novo coronavírus durante a madrugada

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Em 25 de abril, Manaus registrou mais de 100 enterros no mesmo dia. Nas redes sociais, vídeo mostra filhos que tiveram de enterrar o pai, vítima da Covid-19, com as próprias mãos. Isso, depois de uma verdadeira peregrinação contra o choque de informações entre hospitais e a Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (Susam), que não sabiam precisar onde estava o corpo do homem. Os filhos o encontraram em um contêiner frigorífico, usado para manter os corpos de vítimas de coronavírus.

De acordo com dados da Susam, atualizados no último domingo (17/05), a capital alcançou o total de 946 mortes, vítimas da pandemia.

Círio de Nazaré

Com 1.145 mortes, o Pará amarga a possibilidade de não ter a festa mais tradicional da região, o Círio de Nazaré, que arrasta mais de 5 milhões de fiéis católicos em Belém.

Com o slogan “Fique em Casa pelo Círio”, paraenses fervorosos na fé cristã tentam conter a disseminação do novo coronavírus na esperança de que um dos maiores eventos católicos do mundo não seja proibido pelas autoridades de saúde. Porém, as ruas continuam cheias de transeuntes, que ignoram o isolamento em meio à pandemia.

Dom Alberto Taveira Correa, arcebispo de Belém e presidente do Conselho Executivo do Círio de Nazaré, rechaça a possibilidade de não ocorrer o Círio este ano. “Estamos trabalhando com todas forças para fazer uma festa bonita para os paraenses. Mas vamos procurar as autoridades para decidirmos juntos”, detalhou, em entrevista à revista Época.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Tocantins, há 163 leitos de UTI no Sistema Único de Saúde (SUS) e outros 157 complementares e privados, em Palmas, Araguaína e Gurupi. Por meio de nota, a pasta explicou que 42 dos 163 leitos do SUS foram habilitados para atender pacientes acometidos pela Covid-19.

A SES informou, ainda, que, na última terça-feira (12/05), o estado tinha 14 pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva, sendo 11 em leitos públicos e 3 em privados.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Pará (SESPA), o estado tem 279 leitos de UTI para adultos, sete pediátricas e quatro neonatais. A taxa de ocupação nos leitos para adultos é de 86,74%, ou seja, há apenas 37 disponíveis.

Rondônia – 52 municípios e 7 com leitos
Amazonas – 62 municípios e 4 com leitos
Acre – 22 municípios e 3 com leitos
Amapá – 16 municípios e 3 com leitos
Tocantins – 139 municípios e 3 com leitos
Roraima – 15 municípios e 1 com leitos

Procuradas pelo Metrópoles, as demais secretarias estaduais não responderam aos pedidos de informações para a produção desta reportagem.

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