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Covid-19 custa ao Brasil R$ 1,6 bi diariamente, mas só 7% com Saúde. Veja onde vai parar o restante

Dados do Tesouro Nacional mostram que políticas econômicas, como de emprego e renda, tiveram mais investimentos que ações sanitárias

atualizado

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Manaus registra recorde de internações por Covid-19 em 24 horas
1 de 1 Manaus registra recorde de internações por Covid-19 em 24 horas - Foto: Divulgação/Susam

Registrando quase 200 mil mortes por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o Brasil já gastou R$ 524 bilhões no combate à pandemia. Contudo, somente 7,4% desse valor foi integralmente aplicado no Ministério da Saúde, responsável pela políticas sanitárias e pela vacinação da população.

De acordo com dados do painel de Monitoramento dos Gastos da União com Combate à Covid-19 do Tesouro Nacional, destinou-se R$ 39,4 bilhões à pasta da Saúde. Outros R$ 20 bilhões foram aplicados em um fundo para a compra de vacinas.

Em 314 dias de adoecimentos no país, entre a primeira notificação e a última atualização de terça-feira (5/1), foram gastos diariamente R$ 1,66 bilhão no enfrentamento da Covid-19. O valor é o que efetivamente foi pago pelo governo federal.

O principal alvo dos investimentos do governo federal foi a renda da população vulnerável, a ajuda a estados e municípios e a manutenção de empregos – todas as políticas voltadas para a economia.

O auxílio emergencial, por exemplo, custou aos cofres públicos R$ 293,1 bilhões. O subsídio a estados e municípios, segundo maior gasto, levou R$ 78,2 bilhões. Já o custeio do benefício emergencial de emprego e renda foi responsável pelo montante de R$ 33,5 bilhões.

Recursos também foram investidos em outras frentes, como medidas voltadas à proteção de pessoas idosas, funcionamento de institutos federais, prevenção ao tráfico de drogas, entre outras.

Os gastos

Os gastos estão concentrados nos ministérios da Cidadania (R$ 296 bilhões), da Economia (R$ 178 bilhões), da Saúde (R$ 39 bilhões) e do Turismo (R$ 6 bilhões), que lideram o ranking.

Com valores infinitamente menores, completam a lista os ministérios da Educação, de Minas e Energia, da Defesa, da Ciência, Tecnologia e Inovações, da Justiça e Segurança Pública, e da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Entre outras despesas custeadas pelo governo federal, estão o programa emergencial de crédito, conhecido como “maquininhas” (R$ 5 bilhões), a transferência para desenvolvimento energético (R$ 900 milhões) e o financiamento da infraestrutura turística (R$ 3 bilhões).

Versão oficial

Durante dois dias, o Metrópoles questionou o Ministério da Economia, responsável pelo Tesouro Nacional e pela gestão desses recursos, mas não obteve resposta sobre o controle e a destinação das verbas públicas. O espaço continua aberto para esclarecimentos.

Sobre o volume de dinheiro aplicado nas políticas sanitárias, o Ministério da Saúde chegou a confirmar que enviaria uma resposta – o que não aconteceu até a última atualização desta reportagem.
No site oficial, a pasta afirma que “vem dando apoio irrestrito aos estados e municípios na aquisição e entrega de ventiladores pulmonares, equipamentos de proteção individual (EPI), medicamentos, além da habilitação e prorrogação de leitos de UTI”.

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