Covid: 100 milhões ainda precisam tomar 3ª dose; 50% só em fevereiro
Desse total, 54 milhões de brasileiros deveriam tomar a dose de reforço em fevereiro, mas ainda não retornaram aos postos
atualizado
Compartilhar notícia
O Brasil tem discutido a aplicação da quarta dose de vacina contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus, mas sequer imunizou metade da população vacinável com a terceira aplicação. E o ritmo lento tem preocupado técnicos do Ministério da Saúde.
Segundo dados do LocalizaSUS, plataforma do Ministério da Saúde sobre a pandemia, 100 milhões de pessoas ainda precisam tomar o reforço.
Desse universo, 54 milhões de brasileiros deveriam tomar a dose de reforço em fevereiro, mas ainda não retornaram aos postos de vacinação.
Ao todo, 45.665.384 pessoas receberam a terceira dose contra a enfermidade até a segunda-feira (14/2), de acordo com as informações disponibilizadas no portal. O índice equivale a 26% da população vacinável.
O reforço pode ser aplicado em qualquer pessoa maior de 18 anos que tenha recebido as duas doses, respeitando o prazo mínimo recomendado após a segunda aplicação.
Instituições, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), defendem a ampliação da terceira dose. Sobretudo para diminuir a circulação da variante Ômicron.
O que a comunidade médico-científica tem alertado que é essencial aumentar o esquema vacinal completo (duas doses ou dose única) e ampliar o reforço (terceira dose).
Para o leitor ter dimensão de como a aplicação da terceira dose enfrenta dificuldades, há estados que não atingiram 10% da população vacinável com essa proteção. É o caso de Roraima (6,6%) e do Amapá (6,8%) — veja lista completa no fim da reportagem.
A SBI defende que diversos trabalhos científicos publicados demonstram que contra a variante Ômicron é necessário o esquema com três doses para melhor proteção dos indivíduos.
“Portanto, a medida mais urgente em termos de vacinação para o país é avançar no percentual de pessoas com que já completaram o esquema básico com dose de reforço”, frisa a entidade, em comunicado assinado pelo presidente da SBI, Alberto Chebabo.
Ampliar vacinação
A Fiocruz tem o mesmo entendimento e ressalta que é essencial ampliar a imunização para evitar problemas nos atendimentos médicos em áreas com menos estrutura, o que poderia aumentar o número de mortes.
“Precisamos avançar na vacinação e banir estratégias que vêm sendo empregadas para dificultá-la, especialmente na população de crianças de 5 a 11 anos”, salientou a Fiocruz.
O esquema
Conforme as orientações emitidas pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid), o imunobiológico da Pfizer será utilizado como dose de reforço em pessoas vacinadas com os imunizantes Coronavac, AstraZeneca e Pfizer.
A opção por essa vacina levou em consideração o aumento da resposta imunológica no esquema heterólogo. Caso o imunizante da Pfizer esteja em falta, os imunobiológicos da Janssen e AstraZeneca também poderão ser utilizados na dose de reforço.
Segundo informações do governo federal, 431 milhões de doses de vacina contra a Covid já foram distribuídas pelo Ministério da Saúde. Ao todo, cerca de 190 milhões são da farmacêutica Pfizer.
Balanço da pasta mostra que 154 milhões de brasileiros foram imunizados com as duas doses ou dose única da vacina contra o coronavírus, o que representa 86% do público-alvo acima de 12 anos. No caso das crianças de 5 a 11 anos, aproximadamente 4 milhões foram imunizadas com a primeira dose – cerca de 20% do total calculado pela Saúde.
Apelo do ministro
Durante agenda em Maceió, no fim de semana, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a pedir que as pessoas vacinem as crianças entre 5 e 11 anos, e tomem a dose de reforço – terceira dose.
“Cada pai, cada mãe: leve seus filhos para as salas de vacinação. Também precisamos reforçar a terceira dose. Só vamos acabar com a pandemia com a terceira dose e com a vacinação na África”, frisou.
Desde o início da pandemia, 27,5 milhões de pessoas receberam o diagnóstico de Covid-19 no Brasil, e mais de 639 mil morreram em decorrência da doença.
Veja o percentual da população vacinável que já recebeu a 3ª dose:
- Ceará – 26,2%
- Distrito Federal – 26,4%
- Minas Gerais – 26,8%
- Mato Grosso do Sul – 33%
- Piauí – 20,9%
- Paraná – 25,5%
- Rio Grande do Sul – 28,8%
- Santa Catarina – 21%
- São Paulo –39,3%
- Acre – 11,6%
- Alagoas – 17,3%
- Amazonas – 18,4%
- Amapá – 6,8%
- Bahia – 20,8%
- Espírito Santo – 28,1%
- Goiás – 18,1%
- Maranhão – 12,3%
- Mato Grosso – 14,6%
- Pará – 10,7%
- Paraíba – 30,1%
- Pernambuco – 22%
- Rio de Janeiro – 23%
- Rio Grande do Norte – 27,7%
- Rondônia – 14,9%
- Roraima – 6,6%
- Sergipe – 23,4%
- Tocantins – 13,6%