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SP: Covas propõe estender auxílio de R$ 100, mas esquece famílias em atraso

A Renda Básica Emergencial, sancionada em novembro de 2020, deveria ter sido paga até 31 de dezembro de 2020

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Covas acompanha vacinação de idosos acima de 90 anos
1 de 1 Covas acompanha vacinação de idosos acima de 90 anos - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), apresentou nessa quinta-feira (4/2) projeto de lei para alongar a Renda Básica Emergencial por mais três meses. A atual gestão pretende pagar parcelas de R$ 100 para famílias em situação de vulnerabilidade social na pandemia de Covid-19, mas depende da aprovação da Câmara de Vereadores.

Entretanto, durante a cerimônia de entrega do texto, Covas não mencionou o atraso no pagamento para 18 mil famílias que deveriam ter recebido o dinheiro até 31 de dezembro. Na nova proposta, o município pretende beneficiar 480 mil famílias, totalizando 1,287 milhão de pessoas, com investimento de R$ 420 milhões.

“Esses programas de transferência de renda são os responsáveis por mantermos de pé a premissa de não deixar ninguém passar fome na cidade de São Paulo. A Prefeitura pede esse voto de confiança e apoio à Câmara Municipal para que aprove esse projeto, que não é só de interesse do Executivo, mas de toda a cidade de São Paulo”, disse à ocasião.

Conforme revelou o Metrópoles, são muitos os paulistanos que estão à espera do depósito das três parcelas atrasadas. Oficialmente, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), não informa uma data para quitação dessas dívidas.

A prefeitura, por meio da SMADS, informou que as contas que não foram abertas automaticamente são de pessoas com documentação ou CPF irregulares ou alguma informação incompleta no cadastro. Para esses casos, a prefeitura e a Caixa asseguram que estão tomando as ações necessárias para que essas contas sejam abertas o mais breve possível.

 Por outro lado, a reportagem teve acesso a e-mails e mensagens trocadas em redes sociais em que a secretária da pasta, Berenice Gianella, conversa com munícipes sobre a demora. Ela garante que a Renda Básica será paga até o final de fevereiro e ainda aponta a atualização de dados como principal causa do envio do dinheiro.

Na fila de espera

É o caso de Tatiana de Conceição, 36, que tenta há dois meses receber o benefício. Desempregada, a auxiliar administrativa atualizou os dados cadastrais pelo aplicativo do 156, canal de atendimento da prefeitura, e foi notificada que os documentos estavam em dia. Ela se deslocou para um posto do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) para entender o que estava acontecendo. Lá ela ouviu que a data de expedição do RG estava errada, mesmo com a aprovação no app.

No entanto, Berenice disse que ela estava apta a acessar os R$ 900 em fevereiro. “De verdade, de todo coração, não estou acreditando nisso. Tem dois meses que estou nessa e nada de resolver. Preciso muito do dinheiro, porque o mercado de trabalho está difícil. Mas eu me viro, ganho uma cesta básica, minha família me ajuda como pode”, afirma Tatiana, que mora na Cidade Ademar, zona sul de São Paulo.

Carolina Vicente, 31, fez os mesmos passos de Tatiana e continua na mesma. A última resposta que recebeu da prefeitura foi em noinício de janeiro , quando foi comunicada que uma mensagem de texto seria enviada quando o pagamento fosse liberado. Ela tem direito a R$ 1.200 e conta que o orçamento está apertado, a ponto de jantar na casa dos pais para economizar dentro da casa onde mora.

A entrevistadora de call center mora na Vila Alpina, zona leste da capital.“[A Renda Básica] nos ajudaria com a nossa alimentação. Tenho duas crianças que estão 24 horas com a gente. Usaria para comprar café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. É o básico mesmo”, relata.

O que é o benefício

A Renda Básica Emergencial foi sancionada por Bruno Covas às vésperas do primeiro turno das eleições municipais. O programa é voltado para pessoas em situação de vulnerabilidade inscritas no Bolsa Família até setembro de 2020.

Vale também para ambulantes que atendam aos critérios do Bolsa Família e que possuam Termo de Permissão de Uso (TPU) vigente. Ou, ainda, que tenham cadastro no sistema Tô Legal! para o comércio ou prestação de serviços ambulantes.

A gestão Covas prometeu pagar três parcelas de R$ 100, referentes a outubro, novembro e dezembro, de uma só vez, em uma conta da Caixa até 31 de dezembro de 2020 para 480 mil famílias – a Prefeitura solicitou a abertura de uma conta digital para quem não é cliente do banco. O calendário de pagamento foi iniciado em 9 de dezembro, a partir do número final do NIS (Número de Identificação Social).

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