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Ata do Copom mostra “coesão”, diz Galípolo, cotado para presidir o BC

Ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa de juros (Selic) em 10,5% foi divulgada nesta terça (25/6)

atualizado

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Um dos principais nomes cotados para presidir o Banco Central (BC) a partir de 2025, o diretor de Política Monetária do órgão, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira (25/6) que a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada mais cedo, reafirma a “coesão” entre os nove diretores.

A ata trata da última reunião do Copom, realizada entre os dias 18 e 19 de junho, na qual a taxa básica de juros, a Selic, foi mantida em 10,50% ao ano.

“Essa ata já é uma reafirmação e corroboração nesse sentido da coesão que a gente tem aqui dentro, de visões e leituras sobre o que está acontecendo aqui dentro do BC”, disse Galípolo em live com economistas da Warren Investimentos. Na reunião anterior, de maio, houve divisão de votos na diretoria, entre a ala representada pelo atual chefe da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, e a dos diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O diretor frisou que a palavra utilizada na ata foi “interrupção”, mas claramente a comunicação pretende deixar o cenário aberto a depender de como as coisas vão se desdobrar. Ele completou: “A função do Banco Central é não ser tomador de risco, ser mais cauteloso e ter alguma segurança de que a taxa de juros está no patamar restritivo o suficiente para colocar a inflação na meta”.

O BC tem como missão básica controlar o aumento de preços e garantir o cumprimento da meta de inflação. Em 2024, o centro da meta de inflação foi fixado em 3% ao ano (com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5%).

Galípolo salientou que o Banco Central reage ao que demanda o ambiente — ou seja, manter, subir ou cortar os juros. “O Banco Central não pode se furtar à sua missão, que é perseguir a meta de inflação e, para isso, a ferramenta utilizada é o manejo da taxa de juros e ela vai ser manejada para a instância que é necessária para a gente perseguir a meta”, disse.

Ata do Copom

O documento não indica um horizonte para a redução do percentual de 10,5% e cita como uma das principais justificativas para a decisão o fato de as expectativas de inflação terem apresentado uma “desancoragem” adicional no país.

Isso significa que as estimativas em torno do aumento dos preços dos produtos estão cada vez mais distantes – ou seja, “desancoradas” – da meta de inflação, que é de 3%. Em relação ao cenário doméstico, a ata menciona que o mercado de trabalho e a atividade econômica, em particular o consumo das famílias, têm surpreendido e divergido do cenário de desaceleração previsto para a inflação.

“Além disso, houve nova elevação das projeções de inflação tanto para 2024 quanto para 2025”, diz a ata. “De forma análoga, as expectativas de inflação apresentaram desancoragem adicional desde a reunião anterior.”

Sucessão de Campos Neto

Galípolo foi um dos nomes indicados pelo presidente Lula no ano passado para a diretoria do BC. Ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, ele é próximo de Fernando Haddad e o principal nome citado para suceder Campos Neto, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro de 2024.

Na semana passada, Lula voltou a apontar sua artilharia contra Campos Neto, que foi indicado pelo ex-presidente  Jair Bolsonaro (PL) e era próximo ideologicamente daquele governo.

O petista disse que a pessoa a ser indicada por ele neste ano será “madura” e “calejada”. Os adjetivos aumentaram as especulações, tendo em vista que Galípolo é jovem (tem 42 anos), apesar de possuir experiência acadêmica e no setor privado. Alguns analistas, porém, viram a declaração do presidente como uma forma de despistar sobre o nome a ser indicado.

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