Corte nos ministérios atinge infraestrutura, saneamento e habitação
A tesourada se espalhará por reformas em hospitais universitários, manutenção de estradas, programas para a população idosa e outros
atualizado
Compartilhar notícia
A falta de recursos no Orçamento de 2020 pode deixar um rastro de precarização da infraestrutura e dos serviços públicos no país. A tesourada se espalhará por obras de saneamento em pequenas cidades, reformas em hospitais universitários, manutenção de estradas, programas para a população idosa e construção de novas moradias. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.
O presidente Jair Bolsonaro admitiu que a restrição orçamentária poderá atrapalhar a reeleição em 2022. A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, terá apenas R$ 15 milhões no Fundo Nacional do Idoso, 57% a menos que este ano.
Abraham Weintraub, ministro da Educação, conseguiu R$ 5 bilhões a mais do que o previsto para o Orçamento do ano que vem, mas terá que cortar pela metade as verbas da Capes, responsável pelas bolsas de mestrado e doutorado no país.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, vai congelar a expansão da Força Nacional, responsável por, entre outras situações graves, conter crises de violência provocadas pelo crime organizado.
O corte vai atingir 55,3% das verbas na saúde de Mandetta em obras que garantem saneamento básico e água para cidades com menos de 50 mil habitantes e 32% dos recursos para a reforma dos hospitais universitários.
A equipe econômica resiste a mexer no teto de gastos, criado em 2016 como resposta à desconfiança sobre a política fiscal do país. Sua flexibilização pode fazer tudo desmoronar, alegam os técnicos do novo governo. Paulo Guedes, ministro da Economia, promete atacar as despesas obrigatórias. Depois da reforma da Previdência, quer aprovar medidas para frear o avanço de gastos com salários e outras obrigações.