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Corrupção e pedofilia: fiéis trocam tapas e xingamentos após romaria

No interior de SP, músico próximo a um padre expulso por investigações sobre pedofilia tentou assumir a banda da igreja

atualizado

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Divulgação
Basílica de Santo Antônio de Pádua
1 de 1 Basílica de Santo Antônio de Pádua - Foto: Divulgação

Americana (SP) – No último domingo (05/05/2019), uma romaria terminou com troca de tapas e insultos em uma igreja de Americana, cidade do interior de São Paulo. Por volta das 19h30, logo após o término da Romaria de Nossa Senhora de Aparecida, um grupo de fiéis ficou revoltado com o fato de um músico próximo a um padre afastado em uma investigação sobre pedofilia, abuso sexual e apropriação indébita ser chamado para tocar piano na missa.

O músico, Gustavo Maranha, segundo os fiéis, é próximo ao padre Pedro Leandro Ricardo,  justamente o alvo da investigação. Leandro foi afastado da reitoria da basílica desde o final de janeiro, quando a investigação avançou.

A briga aconteceu na Basílica de Santo Antônio de Pádua, epicentro do escândalo. Anésia Bragião Maranha, de cabelo curto e que aparece no vídeo de óculos e blusa cor-de-rosa, agride Karina Tedesco, ministra episcopal.

“Ela ficou batendo no meu peito e tentou me enforcar”, relata Karina. Momentos antes, houve um desentendimento entre ela e o filho de Anésia, Gustavo, vestido de preto, com cavanhaque. Karina chamou a polícia e registrou boletim de ocorrência.

A missa das 20h seria regida pelo padre recém-empossado Alex Turek. Uma fotógrafa informou que, como essa cerimônia era do padre Alex, apesar de demitido, Gustavo poderia tocar piano e cantar. Sua mãe, que se desentendeu com Karina, iria acompanhá-lo como cantora. “Gustavo chegou no ensaio, às 19h30, expulsou os casais que iam tocar e cantar e gritou: ‘Quem manda aqui sou eu, eu vou tocar’”, diz Karina.

Início da briga
O motivo da briga, segundo Ivanette Mattos de Oliveira, ministra de Eucaristia, foi o que ela chamou de “invasão” dos apoiadores de dom Vilson Dias de Oliveira, bispo da Diocese de Limeira, e do padre Leandro na Basílica. Gustavo Maranha sentou-se ao teclado e Ivanette diz ter sido a pessoa que foi até lá impedir ele de tocar. “Nós éramos poucas para enfrentá-los, pegaram a gente desprevenida”, afirma Ivanette.

Dom Vilson é investigado em inquérito policial por acobertamento de casos de pedofilia e abuso sexual de padres, apropriação indébita e lavagem de dinheiro de recursos vindos do dízimo dos fiéis.

Segundo a religiosa, o bispo informou que estaria em outra cidade, mas apareceu de surpresa na basílica.

A missa aconteceu normalmente, bispo Vilson fez a celebração, mas Gustavo Maranha não tocou piano e sua mãe, Anésia Bragião Maranha, não cantou. “Nós impedimos os dois de participarem da cerimônia”, conta Ivanette.

O processo envolvendo bispo Vilson e padre Leandro já dura três anos. Vilson é o responsável, há 12 anos, por 103 paróquias de 16 cidades da região. A excomunhão de Leandro está sendo julgada no Vaticano, na Basílica de São Pedro. A igreja foi procurada, mas não se manifestou até a conclusão dessa reportagem.

Colaborou Giulio Ferrari

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