Corregedor do TJRJ se reúne com Bolsonaro e se esconde ao deixar Planalto
Agenda foi a pedido do Planalto. Corte vai analisar denúncia do MP contra Flávio Bolsonaro. Corregedoria não atua na aceitação da denúncia
atualizado
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O corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Bernardo Garcez, se reuniu na tarde desta sexta-feira (20/11) com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O encontro foi solicitado pela Presidência da República e ocorreu no Palácio do Planalto.
De acordo com a agenda de Bolsonaro, a reunião aconteceria entre as 14h e as 14h30 desta sexta, mas o desembargador deixou as dependências da Presidência por volta das 16h.
Na saída, Garcez foi questionado pela imprensa sobre a pauta do encontro. O corregedor evitou as perguntas e saiu sem falar. Para evitar mais indagações, ele se escondeu atrás de uma pilastra que dá acesso à saída do Planalto.
Até a última atualização desta reportagem, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República não havia informado as pautas tratadas durante a agenda.
Denúncia contra Flávio Bolsonaro
O TJRJ vai analisar a denúncia do MPRJ contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), que é acusado de estar envolvido em um esquema de rachadinhas na época em que era deputado estadual, junto ao ex-assessor Fabrício Queiroz (leia mais abaixo).
Garcez, contudo, não tem relação direta com o caso que tramita no Órgão Especial do TJRJ, sob a relatoria do desembargador Milton Fernandes de Souza. Caso a denúncia seja aceita, Flávio vai se tornar réu por peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Entenda
O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga Flávio Bolsonaro, suspeito de chefiar um suposto esquema conhecido por rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
No esquema, segundo a denúncia, funcionários do então deputado estadual Flávio devolviam parte do salário para que o dinheiro fosse lavado por meio de uma loja de chocolate e investimento em imóveis.
De acordo com as investigações, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, era o operador financeiro do esquema, sendo responsável por receber o dinheiro e fazer pagamentos a fim de cobrir despesas do parlamentar.
Segundo os relatórios, entre 2007 e 2018, os créditos na conta de Queiroz totalizaram R$ 6,2 milhões.