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Corpos de trabalhadores rurais assassinados em MT tinham sinais de tortura

Vítimas de disputa por terras foram amarradas e executadas. Alguns corpos estavam decapitados, segundo a perícia

atualizado

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espingardas
1 de 1 espingardas - Foto: IStock

Os corpos de nove pessoas assassinadas em uma área rural do distrito de Guariba, em Mato Grosso, passaram por perícia neste sábado (22/4) no município de Colniza. Todos apresentavam marcas de violência e sinais de tortura. Alguns foram amarrados e outros decapitados. Além disso, apresentavam marcas de golpes de enxada, facas e facões, além de tiros de uma arma calibre .12.

De acordo com o órgão, os corpos são de homens adultos e, portanto, não há crianças entre os mortos, como havia sido divulgado anteriormente. Três vítimas eram do estado de Rondônia e três do próprio distrito de Guariba. A procedência das demais vítimas está sendo verificada.

Ainda segundo a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, a chacina ocorreu na última quinta-feira (20) e os corpos foram resgatados no fim do dia de sexta. O transporte ocorreu durante a madrugada deste sábado (22). A divulgação da lista com os nomes das vítimas será feita pela Secretaria de Segurança Pública do estado.

O crime
Segundo informações de policiais de Colniza, as mortes aconteceram quando um grupo encapuzado invadiu uma área ocupada por cerca de 100 famílias de trabalhadores rurais. A ação consistiu em duas etapas. Inicialmente, eles atiraram de fora. Depois, foram às barracas para confirmar e atiravam em quem estivesse vivo. As informações foram repassadas à Polícia por dois homens que conseguiram fugir.

As autoridades matogrossenses suspeitam que os encapuzados sejam seguranças de fazendeiros da região. O local onde aconteceram as mortes é de difícil acesso. As estradas estão alagadas e em alguns pontos só é possível atravessar de barco. Não há sinal de telefonia.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Igreja Católica, conflitos fundiários são comuns na gleba, onde ocorreram mortes há mais de dez anos e há registros de assassinatos e agressões. A CPT informou que investigações policiais feitas nos últimos anos têm apontado que “os gerentes das fazendas na região comandavam rede de capangas para amedrontar e fazer os pequenos produtores desocuparem suas terras”.

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