Corpo do indigenista Bruno Araújo, executado no AM, é velado no Recife
A cerimônia é aberta ao público. Ele foi assassinado ao lado do jornalista inglês Dom Phillips no Vale do Javari
atualizado
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Família e amigos velam o corpo do indigenista Bruno Araújo Pereira, executado no Vale do Javari, no Amazonas. Ele desapareceu, com o jornalista inglês Dom Phillips, em 5 de junho. Dias depois, com a prisão de envolvidos no crime, os cadáveres dos dois foram descobertos.
O velório acontece no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife, nesta sexta-feira (24/6). A cerimônia é aberta ao público. Entre as manifestações, um grupo de indígenas prestou homenagem a Bruno.
Bruno Pereira, que tinha 41 anos, é pernambucano. O corpo dele chegou ao Recife na noite da quinta-feira (23/6), em um jato da Polícia Federal. Os restos mortais foram periciados em Brasília.
Caso Dom e Bruno
O desaparecimento e as mortes de Dom e Bruno, no Amazonas, desencadearam uma série de reações de todos os níveis. As vítimas sumiram em 5 de junho, durante deslocamento.
De acordo com informações da corporação, oito pessoas estão sendo investigadas. Três delas foram presas: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”; Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos; e Jeferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha.
A Polícia Federal apura o que, de fato, motivou o crime. Pelado participou dos trabalhos de reconstituição do caso.
Perfil
Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Fundação Nacional do Índio (Funai).
No órgão desde 2010, ele foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos. Acabou demitido, em 2019, após combater mineração ilegal em Terras Indígenas.
A exoneração de servidor ocorreu no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um projeto para liberar garimpos nas reservas.
O indigenista estava licenciado da Funai e atualmente faz parte do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi).
Bruno era alvo constante de ameaças pelo trabalho contra invasores que vinha fazendo juntos aos indígenas.
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