Corpo do bebê Arthur, baleado na barriga da mãe, é velado no Rio
Dezenas de pessoas se aglomeram no local, sob forte emoção. Os familiares de Arthur não deram entrevista
atualizado
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O corpo do bebê Arthur Cosme de Melo, que morreu no domingo (30/7) um mês após ser baleado na barriga da mãe, em 30 de junho, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), está sendo velado na tarde desta segunda-feira (31) no cemitério Nossa Senhora das Graças, na mesma cidade.
O velório ocorre na capela 7, onde o corpo do bebê ocupa um caixão branco. Dezenas de pessoas se aglomeram no local, sob forte emoção. Os familiares de Arthur não deram entrevista. O enterro estava marcado para as 16h50.
Arthur estava internado desde que fora atingido. Ele morreu às 14h05 do último domingo, em decorrência de uma hemorragia digestiva, segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Rio.
Arthur estava no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Segundo a Secretaria de Saúde, o bebê sofreu a hemorragia às 5h30. Seu quadro clínico se agravou nas horas seguintes, levando à morte durante a tarde.
“A família do paciente foi informada e esteve na unidade ainda pela manhã, recebeu todas as informações sobre o estado de saúde do paciente, que esteve gravíssimo nas últimas horas. Todos os procedimentos para reverter o quadro foram adotados, porém não houve resposta clínica do paciente”, informou em nota a Secretaria Estadual de Saúde.
A mãe da criança, a operadora de caixa Claudinéia dos Santos Melo, de 29 anos, ia para um mercado nas imediações da favela do Lixão, em Duque de Caxias, quando foi atingida por um tiro. Grávida de 39 semanas, ela estava com o parto normal agendado para 13 de julho. Socorrida ao Hospital Municipal Moacyr Rodrigues do Carmo, foi submetida a uma cesariana de emergência
Arthur nasceu com os dois pulmões perfurados pelo tiro, que também causou uma hemorragia cerebral e fraturas nas vértebras T3 e T4, atingidas por estilhaços de ossos. Transferido para o Hospital Adão Pereira Nunes, ele permaneceu internado na UTI neonatal, com dreno nos pulmões e respiração por aparelhos. Caso sobrevivesse, Arthur corria o risco de ficar paraplégico.
Também ferida, Claudinéia ficou internada no Hospital Moacyr Rodrigues do Carmo até 6 de julho, quando recebeu alta.
A Polícia Civil ainda não descobriu o autor do tiro que atingiu a mulher e o bebê. O caso é investigado pela 59º DP (Duque de Caixas). Policiais militares contaram que saíam da favela do Lixão quando foram atacados a tiros por criminosos e disseram que não revidaram.