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Corpo de jovem desaparecido foi enterrado por fazendeiro em cova de 8m

“Foi morto com tiro no peito”, desabafa Rozimar Chaves após ossada de seu filho Wanderson ser encontrada em cova profunda de fazenda em GO

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Desaparecido caminhonete Palmeiras de Goiás
1 de 1 Desaparecido caminhonete Palmeiras de Goiás - Foto: Reprodução/Facebook

Goiânia – Dor, revolta e desolação tomam conta da mãe do adolescente de 17 anos que teve restos mortais encontrados, pelas forças policiais em uma fazenda em Cezarina, a 70 km da capital goiana, na quarta-feira (1°/12), 37 dias depois de seu desaparecimento. O corpo estava em uma cova profunda com 8 metros de profundidade que teria sido cavada com uma máquina retroescavadeira pelo acusado do crime, o fazendeiro Hélio de Oliveira Júnior, de 35 anos, de família conhecida em Palmeiras de Goiás.

“Estou em choque. Meu filho foi morto com tiro no peito”, afirmou a gari Rozimar de Souza Chaves, de 41 anos ao Metrópoles. Ela é moradora de Palmeiras.

Rozimar disse, desolada, que ainda tinha esperanças de encontrar o filho com vida após mais de dois meses do desaparecimento. Ela nem imagina a motivação do crime. “É um mistério muito grande”, diz.

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Assassinado: Wanderson Chaves, 17 anos, morador de Palmeiras de Goiás
Wanderson Chaves, de 17 anos, assassinado na madrugada de 25/10
Mãe de adolescente desaparecido em Goiás pede resposta das autoridades
Câmera flagra momento que adolescente entra em caminhonete antes de desaparecer
Moradores e familiares fizeram protesto em Palmeiras de Goiás
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Wanderson Chaves, de 17 anos, ao lado da mãe, Rozimar Chaves

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Assassinado: Wanderson Chaves, 17 anos, morador de Palmeiras de Goiás

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Wanderson Chaves, de 17 anos, assassinado na madrugada de 25/10

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Mãe de adolescente desaparecido em Goiás pede resposta das autoridades

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Moradores e familiares fizeram protesto em Palmeiras de Goiás

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Manifestantes pediram solução para desaparecimento de adolescente Wanderson Chaves na porta de delegacia

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População faz protesto após desaparecimento de adolescente em Goiás

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Rozi, mãe de adolescente que estava desaparecido, pede resposta das autoridades

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Corpo

Na quarta, o Corpo de Bombeiros divulgou a informação de que o cadáver tinha sido encontrado com o apoio de dois cães farejadores. O local fica em uma propriedade rural vizinha a uma fazenda de Hélio Júnior. A gleba seria arrendada por ele para o plantio de soja.

Na tarde de quarta, três dias depois de ser preso, em Goiânia, o fazendeiro apontou o local exato onde foi enterrado o corpo. Ele estava em uma cova profunda e foi preciso o uso de uma máquina escavadeira para chegar ao cadáver, que estava a cerca de 8 metros de profundidade.

Nas buscas pelo adolescente desaparecido, aliás, equipes já tinham cavado o mesmo local. No entanto, as máquinas teriam atingido, no máximo, a profundidade de 5 metros, acima de onde o corpo estava.

A ossada humana passará por exames periciais de DNA. No entanto, ainda na quarta, mãe reconheceu as roupas que eram usadas pelo adolescente no momento em que ele desapareceu. Outras duas pessoas que tiveram participação no crime foram presas: Gilmar de Souza Cruz e Carlos Caetano, respectivamente funcionário e segurança de Hélio Júnior.

Caminhonete branca

O rapaz foi visto pela última vez na madrugada de 25/10 em Palmeiras de Goiás, onde ele morava. Câmeras de monitoramento flagraram o momento em que ele entra em uma caminhonete branca, que, segundo informações da polícia repassadas para a mãe, pertence ao fazendeiro.

Conforme o suspeito teria contado em depoimento, ele conheceu Magrão naquela mesma madrugada em um bar da cidade. Os dois chegaram a se estranhar no balcão do estabelecimento, mas logo se acertaram e o fazendeiro o convidou para circular pela cidade. No caminho, eles deixaram um adolescente que acompanhava Wanderson.

Magrão seguiu com o fazendeiro dentro da camionete pela cidade. Pelas ruas, o adulto teria feito vários disparos com um revólver que levava consigo. Um desentendimento sério entre eles teria ocorrido em um galpão em Palmeiras, onde Hélio Júnior guarda máquinas agrícolas e a dupla parou pouco depois.

Briga por celular

Ali, segundo o suspeito contou em depoimento, os dois teriam discutido sobre o sumiço de um celular do fazendeiro. O adolescente teria retirado, então, o celular do bolso e atirado no chão. Enfurecido, Hélio Júnior teria atirado com o revólver contra o peito de Wanderson. Na sequência, teria dado ainda mais dois tiros de espingarda no adolescente que agonizava.

Depois disso, teria contado com a ajuda do funcionário e do segurança para levar o corpo até o local em que foi enterrado, na propriedade em Cezarina, que fica vizinha a Palmeiras. Segundo consta, o próprio Hélio Júnior teria operado a máquina que cavou o buraco onde o corpo foi deixado.

Conforme as investigações e as testemunhas ouvidas, na noite do crime, tanto Hélio Júnior quanto Wanderson teriam consumido bebida alcoólica e drogas.

Veja vídeo:

“Beijo, eu te amo”

Rozimar recorda-se com saudade do último dia em que viu o filho ainda com vida. Ela conta que foi um domingo em que os dois tinham passado o dia lado a lado, trabalhando juntos em um pesque-pague.

“A última vez que vi meu filho foi no dia 24de outubro. Eu estava saindo do pesque-pague onde eu trabalhava na cozinha e ele como garçom. Meu filho me disse ‘beijo, eu te amo’”, lembra Rozimar.

Wanderson morava com a mãe e mais quatro irmãos. Era o terceiro filho de Rozimar. A primogênita dela mora em casa separada. Agora, a família se une para tentar encontrar amparo.

“Minha esperança, até ontem, era encontrar meu filho com vida. Como sempre falei, se não tinha paradeiro e não sabia onde ele estava, eu continuaria acreditando que ele seria encontrado vivo”, relatou a mãe, que luta por Justiça, pedindo a condenação dos culpados.

O desaparecimento do adolescente revoltou moradores de Palmeiras de Goiás, que fizeram protesto na cidade  no dia 15 de novembro.

Liberação de restos mortais

A mãe de Wanderson disse que ainda vai ao Instituto Médico Legal (IML) para saber se vai ter funeral. “Espero que sim para poder fazer o velório e me despedir do meu filho”, desabafa ela, com a voz embargada pelo choro.

A delegada Silvana Nunes está à frente da investigação e ainda trabalha para elucidar o motivo do crime.

O promotor de Justiça Eduardo Prego disse que a atuação efetiva do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) começará assim que receber o inquérito da Polícia Civil. “Por enquanto, apenas acompanho as investigações e atuo em eventuais pedidos cautelares”, explicou ele.

O Metrópoles ligou para o superintendente da Polícia Técnico-Científica, Ricardo Matos, para saber informações sobre perícia nas ossadas e liberação delas, mas ele não atendeu. O portal também não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos.

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