Família aluga casa e encontra corpo da dona desaparecida há 7 anos
Família, que se mudou para a casa da idosa há cerca de 2 anos, encontrou a ossada no jardim da casa enquanto fazia uma reforma
atualizado
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São Paulo – O caso de uma idosa desaparecida em Ubatuba, no litoral de São Paulo, em 2013 foi reaberto após uma família alugar uma casa que pertencia a ela e encontra-la enterrada no jardim. A história foi revelada pela BBC News Brasil. De acordo com a reportagem, em agosto de 2018, Fátima*, Roberto* e seus dois filhos se mudaram para a casa onde Luzia*, de 62 anos, morava.
Na época, buscavam por um lugar mais espaçoso e não ligaram muito para a história do desaparecimento da mulher. “A princípio, a gente até pensou que ela estivesse viva em algum lugar e perdida”, relembra Roberto à BBC.
Apesar de gostarem da localidade e da vizinhança, a sombra e o excesso de umidade na residência incomodava o casal. Isso os levou a reformar o jardim, que tinha plantas muito grandes e chegavam a alcançar o telhado.
“A princípio, a gente não queria mexer no jardim porque a casa não é nossa, e as plantas até eram bonitas. Mas decidimos fazer isso porque nosso cachorrinho ficava rolando na terra do jardim e entrava em casa cheirando muito mal. Além disso, a gente ficava incomodado porque ali reunia bastante caramujo”, diz Fátima.
Foi aí que, em 13 de janeiro deste ano, Roberto e seu filho mais velho resolveram preparar o solo para a chegada da grama que haviam cortado. Embaixo de um canto do quintal onde tinham lírios da paz, eles encontraram um tecido e resolveram desenterrar.
“Na hora, falei: achamos a dona da casa. Fiquei sem reação. Foi horrível, você não quer acreditar que aquilo está acontecendo contigo. Parece que o tempo congela. Passa um milhão de coisas na cabeça. Perde o chão”, diz Roberto.
Investigação
Aposentada, solteira e sem filhos, Luzia morava sozinha com seus animais. Os vizinhos relatam que ela era simpática e muito querida. Com seu desaparecimento, pessoas da região estranharam e denunciaram à polícia.
A apuração sobre o desaparecimento começou em 2013, mas por falta de provas foi arquivada em janeiro de 2020.
Com a confirmação de que o corpo era mesmo da idosa, o Ministério Público reabriu o processo.
A perícia na ossada não apontou indícios de que Luzia tenha sido assassinada a tiros ou facadas. A suspeita é de que tenha sido estrangulada e, depois, enterrada no jardim. No entanto, a esqueletização (fase avançada da decomposição dos restos mortais) impediu que indícios fossem encontrados.
“Havia a esperança de identificar que ela foi vítima de estrangulamento, porque normalmente há fratura no pescoço”, diz o delegado responsável pelo crime.
Até o momento, a polícia não sabe se o crime foi praticado por uma ou mais pessoas. No entanto, a previsão é de que a investigação seja concluída em aproximadamente um mês.
*Foram mantidos os nomes alterados pela reportagem da BBC News Brasil para preservar a identidade dos integrantes da família e da proprietária da casa.