metropoles.com

Corpo da menina Agatha Félix é velado; moradores voltam a protestar

Armas dos policiais militares passarão por confronto balístico com o projétil retirado do corpo da vítima no Instituto Médico Legal

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Facebook
agatha-felix1
1 de 1 agatha-felix1 - Foto: Reprodução/Facebook

Parentes e amigos velam desde o início da tarde deste domingo (22/09/2019) o corpo da menina Agatha Vitória Sales Félix, de apenas 8 anos, morta depois de ser atingida nas costas por um tiro de fuzil dentro da kombi em que viajava, no Complexo do Alemão. O enterro está previsto para 16h, no cemitério de Inhaúma, na zona norte do Rio.

Moradores e ativistas convocaram nova manifestação neste domingo, pedindo o fim da violência policial no conjunto de favelas em que a menina foi atingida. A Concentração de manifestantes começaria 13h, em frente à Unidade de Pronto Atendimento de Itararé.

A Polícia Civil informou que enviará para perícia as armas dos policiais militares que estavam em patrulhamento na noite de sexta-feira (20/09/2019) no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, no momento em que Agatha foi atingida.

Ela foi levada para o hospital, mas não resistiu ao ferimento e morreu na madrugada deste sábado (21/09/2019). A Polícia Militar alega que os agentes que atuavam no local tinham sido alvo de criminosos, mas parentes da menina e testemunhas relataram que não houve confronto e que os policiais teriam atirado contra uma motocicleta que passava na hora, com dois homens a bordo.

As armas dos policiais militares passarão por confronto balístico com o projétil retirado do corpo da vítima no Instituto Médico Legal. De acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), familiares de Agatha Félix já prestaram depoimento neste sábado, e novas testemunhas serão ouvidas a partir desta segunda-feira (23/09/2019).

No decorrer dessa semana, a polícia determinará a data para a reconstituição do disparo que vitimou Agatha.

A morte de Agatha causou comoção e motivou críticas de entidades à política de segurança pública do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). A Defensoria Pública do Estado condenou a “opção pelo confronto”, enquanto a seção Rio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) destacou o “recorde macabro” de 1.249 pessoas mortas pela polícia no estado de janeiro a agosto.

O assunto também mobilizou a internet. A hashtag a “A culpa é do Witzel” figurou entre as mais citadas no ranking do Twitter Brasil ao longo do dia de sábado.

Moradores, parentes e amigos da família de Agatha participaram neste sábado de um protesto contra a violência policial nas comunidades que formam o Complexo do Alemão. Em vídeos postados nas redes sociais pelo jornal comunitário Voz das Comunidades, era possível ver os manifestantes carregando faixas com nomes de algumas das vítimas de confrontos e mensagens como “Parem de nos matar”, “Chega de morte” e “Não quero enterrar meu filho”. Os líderes do protesto pediam um basta à violência e ao uso de helicópteros da polícia que têm sobrevoado as comunidades fazendo disparos contra a favela.

Em nota, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro informou que lamentava “profundamente a morte da pequena Agatha no Complexo do Alemão” e manteve a versão de que os agentes apenas revidaram a uma agressão de criminosos “quando foram atacados de várias localidades da comunidade de forma simultânea”. No entanto, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) comunicou que abrirá “um procedimento apuratório para verificar todas as circunstâncias da ação”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?