Coronel presente no massacre do Carandiru chefiará políticas penais de Lula
Futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), indicou Nivaldo Cesar Restivo, um dos responsáveis em operação na chacina do Carandiru (1992)
atualizado
Compartilhar notícia
O novo responsável pela Secretaria Nacional de Políticas Penais será o coronel da Polícia Militar de São Paulo Nivaldo César Restivo, de 56 anos, segundo a indicação do futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), nesta terça-feira (21/12). Há 30 anos o PM se envolveu em um dos piores episódios do sistema prisional brasileiro o massacre do Carandiru que deixou 111 mortos.
A indicação aconteceu no mesmo dia em que o futuro ministro desistiu de indicar Edmar Camata para o comando da Polícia Rodoviária Federal (PRF) por declarações em apoio à Lava Jato e à prisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O novo nome para a chefia da PRF é o policial rodoviário federal Antônio Fernando Oliveira.
O coronel Restivo não é acusado de nenhum assassinato. Entretanto, é apontado como um dos responsáveis por não ter impedido que os policiais militares sob o seu comando praticassem atos de violência contra os detentos que sobreviveram ao massacre.
Indicado pelo então governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), em 2017, para o comando da Polícia Militar, o coronel afirmou que as ações durante o massacre do Carandiru foram “legítimas e necessárias”.
Em 2018, o governo João Doria (PSDB) indicou o nome de Nivaldo Cesar Restivo como secretário da Administração Penitenciária de São Paulo.
Reações
Nas redes sociais, ativistas e apoiadores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protestaram contra a indicação do coronel Nivaldo César Restivo para o comando da Secretaria Nacional de Políticas Penais que irá subtituir o Departamento Penitenciário.
Não dá pra falar de “justiça antirracista” na TV e, ao mesmo tempo, indicar alguém envolvido no massacre do Carandiru para a Secretaria Nacional Penal, @FlavioDino. Não dá.
— bicha antifascista (@mathalexandre_) December 21, 2022
Infelizmente a onda de péssimas indicações de Flavio Dino continua. Ele acaba de indicar um PM de SP envolvido no Carandiru como chefe de “políticas penais” da nação. Parece piada de mal gosto. Não é burrice não, é política mesmo. Assim não dá. pic.twitter.com/fYn1u2PSJp
— João Caproni Pimenta (@joao29pimenta) December 21, 2022
Flávio Dino, pelo visto, anda recebendo uns presentes de grego do próprio partido. Depois do lavajatista indicado por Casagrande (que caiu pouco depois do anúncio), agora um PM da chacina do Carandiru indicado por Márcio França. Que furada, hein?
— Bernardo Cotrim (@bernardocotrim) December 21, 2022
Curriculo do coronel indicado por Flávio Dino:
-Em 2017, comandante-geral da PM de SP, afirmou que atuação da polícia no Massacre do Carandiru foi “legítima e necessária”.
-Comandante da ROTA em dezembro de 2018,
-Secretário da Administração Penitenciária de Doria— PCO – Partido da Causa Operária – reserva (@pco29reserva) December 21, 2022
O Metrópoles não conseguiu contato, até a publicação desta matéria, com a equipe do futuro ministro e nem com o indicado para se manifestarem a respeito do fato. Mas o espaço segue aberto para manifestações.