Coronel da PM que matou engenheiro a tiros em Goiás vai a júri popular
Segundo decisão, engenheiro de 49 anos foi assassinado por coronel, com tiro no pescoço, por motivo fútil
atualizado
Compartilhar notícia
O judiciário determinou que o coronel da Polícia Militar, Clóvis de Sousa Silva, de 62 anos, seja julgado em júri popular por homicídio qualificado, motivado por motivo fútil, e meio que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima.
Clóvis matou o engenheiro Erceli Miguel Pinto, de 49 anos, com um tiro no pescoço, em frente a casa da vítima. O crime aconteceu na manhã de 16 de abril, um sábado, no bairro Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia.
Erceli tinha descido para ir até a padaria, quando se encontrou com o coronel. O engenheiro era uma pessoa muito conhecida no bairro, por isso o crime causou muita comoção e revolta, já que aconteceu no meio da rua, diante de várias testemunhas.
Após atingir Erceli com um tiro, o coronel deixou o local andando e jogou a arma fora em um matagal. O engenheiro morreu na cena do crime. A esposa e os filhos adolescentes de Erceli viram ele estirado no chão.
Motivação
Segundo a investigação, o coronel Clóvis matou Erceli porque não gostou do resultado da obra de uma casa que mandou construir. O engenheiro seria responsável pela construção.
Em depoimentos, testemunhas relataram que o oficial da PM era conhecido por ter um “temperamento nervoso”. Além disso, segundo testemunhas, durante a obra, o coronel fazia “exigências descabidas” e ameaçava a vítima.
Em sua defesa, o coronel Clóvis alegou que agiu sob violenta emoção, após desentendimentos e supostas agressões físicas e verbais. Ele dizia que Erceli deu um empurrão nele antes do tiro. No entanto, imagens de uma câmera de monitoramento comprovaram que não houve agressão por parte da vítima.
Prisão
Clóvis de Sousa está preso preventivamente em um presídio militar desde o dia 6 de junho de 2022. A perícia mostrou que o oficial tem transtorno afetivo bipolar, mas que era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato.
A decisão pelo júri popular do coronel é de 25 de novembro de 2022, do juiz Leonardo Fleury, da 1ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos Contra a Vida.