Coronavírus: cadeias de 8 estados registram casos suspeitos
O vírus adoeceu detentos dos sistemas carcerários Federal e estaduais, concentrando a crise em MG. Vacinação contra gripe foi antecipada
atualizado
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O alastramento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, em cadeias atualmente atinge oito unidades da Federação. Com isso, autoridades sanitárias foram obrigadas a antecipar a vacinação contra gripe para presos e agentes penitenciários.
O vírus adoeceu detentos dos sistemas carcerários Federal e estaduais, concentrando a crise em Minas Gerais.
Até a última quinta-feira (09/04), cinco estados confirmaram infectados em cadeias.
Veja estados que notificaram casos da Covid-19 em penitenciárias:
- Minas Gerais
- Rio Grande do Sul
- São Paulo
- Santa Catarina
- Pará
- Ceará
- Distrito Federal
- Acre
Atualmente, segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), são 115 casos suspeitos. Eles se concentram em Minas Gerais (34), Rio Grande do Sul (34), São Paulo (24) e Santa Catarina (20).
O primeiro caso confirmado no sistema prisional foi no Pará, no dia 8 de abril, conforme painel de monitoramento do Depen.
O Depen, que é subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, admite: as condições de lotação em muitas unidades prisionais é o principal desafio, pois o contágio do novo coronavírus é rápido.
Vacinação antecipada
A pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, a vacinação contra a gripe dos presos e policiais penais será antecipada para a próxima quinta-feira (16/04).
Segundo a pasta, a campanha se soma a outras medidas para evitar a Covid-19 no sistema prisional do país.
Apesar do monitoramento, o número de infectados nas cadeias pode ser ainda maior.
Um dos casos que preocupam o Depen é do DF. Na capital, 20 presos e 18 servidores testaram positivo para o novo coronavírus. As visitas às cadeias na capital federal estão suspensas até 17 de abril.
Cenário desastroso
A Pastoral Carcerária afirma que a disseminação do vírus nesse ambiente é “desastrosa”.
A entidade destaca a “falta de ações clínico-epidemiológicas preventivas por parte das autoridades responsáveis pela custódia de presos e presas em todo o Brasil”.
Segundo a Pastoral, ações como a suspensão de visitas e maior limpeza das celas, por exemplo, são pouco eficazes se as “celas continuarem superlotadas, com os detentos sem acesso a materiais de limpeza e pouco tempo de banho de sol, com racionamento de água, alimentação precária, além de torturas físicas e psicológicas”.
Versão oficial
Segundo o Depen, os dados são atualizados à medida que as administrações prisionais dos estados enviam as informações.
“A atualização é feita sempre no final do dia, sempre que os estados enviam as informações”, ressalta, em nota.
O texto detalha. “O Depen trabalha para obter as informações de quantos testes foram realizados pelos estados, a previsão é que o painel recebe estas atualizações até a próxima semana”, conclui a nota.