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Coronavírus: 53% dos municípios não têm leitos de UTI

Em meio à crise, 2,6 mil cidades do país não têm UTIs. Ministério da Saúde corre contra o tempo para equipar SUS para pico de contaminações

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Leitos DF
1 de 1 Leitos DF - Foto: Divulgação GDF

Os pacientes mais graves da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, aumentam as suas chances de sobrevivência quando internados em leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs).

A estrutura é composta, entre outros equipamentos, por respiradores — aparelhos que assumem a função dos pulmões quando o órgão está debilitado. Em casos extremos, sem UTI, o paciente pode morrer. Com pouca disponibilidade de leitos especializados, os médicos serão obrigados a escolher quem sobrevive ou quem não.

Contudo, um levantamento do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) mostra um cenário pessimista: 2,6 mil cidades brasileiras não têm nenhum leito de UTI sequer.

Segundo a entidade, somente 53% dos 5.571 municípios do país contam com esse tipo de estrutura disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O Ministério da Saúde admite que os leitos estão abaixo da necessidade que exige a pandemia. O governo tem corrido contra o tempo para reforçar a disponibilidade de leitos (veja o investimento em números no fim da reportagem).

As autoridades sanitárias estimam que o pico de adoecimentos por Covid-19 deve ocorrer entre a segunda quinzena de abril e meados de maio. Até lá, o governo federal espera que o investimento de R$ 689,8 milhões exclusivamente em leitos tenha surtido algum efeito.

O governo alugou, por 6 meses, 2 mil novos leitos em hospitais particulares e pretende montar 246 UTIs na rede pública. Todas serão destinadas ao atendimento de pacientes com coronavírus.

Além disso, o Ministério da Saúde comprou R$ 2 bilhões em respiradores, entre máquinas chinesas e de produção nacional.

Preocupação

Os prefeitos estão preocupados com o panorama. Quase dois mil municípios já decretaram calamidade ou emergência em saúde pública para poder receber recursos do governo federal.

Dessas cidades, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM), 38% das cidades (986)  registraram casos de Covid-19. A CNM tem monitorado a situação e buscado soluções com o governo federal.

“A entidade, ao perceber a gravidade dessa crise sanitária, adotou ações para identificar como os municípios estão se organizando para enfrentar essa situação e como o vírus está se disseminando nas cidades brasileiras”, aponta a entidade, em nota.

Segundo o Conasems,  o país contava com 50 mil leitos de UTI em funcionamento, sendo apenas 22 mil deles disponíveis pelo SUS.

Na prática, o governo federal mantém apenas 3% dos leitos de UTI. Os hospitais municipais e estaduais são responsáveis pelo restante.

Versão oficial

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que investiu R$ 7,6 bilhões em resposta ao coronavírus. “A pasta tem apoiado estados e municípios no enfrentamento do coronavírus, a partir do planejamento permanenteda estrutura existente e da necessidade das ações de acordo com os cenários”, salienta o texto.

O investimento em números:

  • R$ 600 milhões reforço dos planos de contingência dos estados e municípios para ações de assistência, inclusive, abertura de leitos ou custeio.
  • R$ 432 milhões proporcional ao número de habitantes de cada estado.
  • R$ 1,4 bilhão para custeio dos 5 mil médicos em contrato de emergência.
  • R$ 900 milhões de custeio do Saúde na Hora.
  • R$ 1,5 bilhão em compra de equipamentos de proteção individual (EPI).
  • R$ 1 bilhão na compra de respiradores da China.
  • R$ 1 bilhão na compra de respiradores do Brasil.
  • R$ 656 milhões para locação e manutenção por 6 meses de 2 mil novos leitos.
  • R$ 33,8 milhões por ano para custeio de 246 leitos de UTI.
  • R$ 77,3 milhões anuais para custeio de 270 serviços de urgências.

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