Coronavírus: 1,6 milhão de vulneráveis vive longe de UTIs
Conclusão faz parte de estudo do Ipea, que analisou as 20 maiores cidades do país. Brasília fica em segundo ao se analisar a porcentagem
atualizado
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Pelo menos 1,6 milhão de brasileiros vulneráveis mora longe de hospitais com capacidade para internar pacientes com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, em estado grave. Essa cifra é composta por pessoas de baixa renda e que têm mais de 50 anos.
A conclusão faz parte de levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que analisou o Sistema Único de Saúde (SUS) nas 20 maiores cidades do país. Veja a íntegra do estudo aqui.
O total apresentado equivale a 41% da população vulnerável. Isso significa que quatro em 10 pessoas desse grupo estão praticamente desamparadas quanto ao tratamento da doença.
“Cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Curitiba aparecem em destaque, com mais de 100 mil habitantes em condições potencialmente vulneráveis e com mais difícil acesso a hospitais com leitos de UTI e respiradores mecânicos”, diz o texto.
Em Brasília, 67,1% da população vulnerável tem menos acesso ao SUS para internação, segundo o estudo do Ipea. A capital do país só fica atrás de Curitiba, onde essa taxa é de 67,3%.
Até para fazer triagem
Cerca de 228 mil pessoas de baixa renda e acima de 50 anos moram a mais de 30 minutos de caminhada até uma unidade de saúde que poderia fazer triagem e dar encaminhamento com casos suspeitos.
Esse número representa, segundo o estudo, cerca de 5% da população vulnerável das 20 cidades analisadas.
Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Brasília (DF), Duque de Caxias (RJ), Campinas (SP) e Goiânia (GO) são as cidades que apresentam, respectivamente, a maior concentração de pessoas que moram a mais de 30 minutos de caminhada de um hospital.