COP30 é oportunidade para revolução ambiental, diz governador do Pará
A um ano para a Conferência do Clima no Pará, o governador Helder Barbalho diz querer apresentar um país consciente das urgências ambientais
atualizado
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Nova York — A pouco mais de um ano para 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), anfitrião do evento, espera apresentar no evento da ONU um país consciente das urgências ambientais.
“Precisamos fazer disso uma grande revolução ambiental como modelo de desenvolvimento”, afirmou em entrevista ao Metrópoles direto de Nova York, onde participou de eventos paralelos à 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas e teve reuniões com investidores.
“Da mesma forma que os países desenvolvidos optaram pela indústria para gerar emprego e desenvolvimento, nós temos que fazer com que a nossa floresta gere uma grande revolução ambiental”, prosseguiu.
“A COP será um grande momento de nós fazermos uma grande conclamação para que todos saiam do discurso e possam apoiar efetivamente a construção deste modelo, diante das urgências ambientais, diante das urgências climáticas e da mobilização da sociedade”.
Questionado sobre que Brasil vai chegar na COP30, após enchentes no Rio Grande do Sul e queimadas pelo país, Barbalho disse que será um país “que deve ter a consciência das urgências ambientais”. A ideia é mostrar que os efeitos climáticos já bateram nas portas de todos, chegando, inclusive, às grandes cidades e impactando diretamente a vida de milhões de pessoas.
O governador paraense afirmou que é preciso ter resiliência e estratégia para enfrentar “o novo normal” imposto pelas mudanças climáticas.
Ele disse que o estado do Pará busca combater ilegalidades para reduzir o desmatamento e para enfrentar a criminalidade “com a força da lei”, ao mesmo tempo em que cria uma transição de uso do solo “para conciliar a necessidade produtiva e a necessidade de criar empregos e renda para quem vive na Amazônia com sustentabilidade”.
COP30 no Pará
Próximo da família Barbalho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encabeçou a campanha para tornar o bioma amazônico o palco do evento climático em 2025. Lula esteve este ano na capital paraense, ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron.
A COP30 ocorrerá em novembro do ano que vem. Enquanto isso, o governo federal tenta atrair investidores e foca em melhorias para sediar a cúpula global. Há uma interlocução com os últimos dois países que sediaram o evento: o Emirados Árabes Unidos, que recebeu a COP28 em 2023, em Dubai, e o Azerbaijão, que recebe a COP29 neste ano na capital Baku.
Em fevereiro deste ano, os três países lançaram uma troika inédita para implementar o acordo da COP28 através da Missão 1,5ºC. A parceria visa assegurar compromissos mais ambiciosos nas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês), metas climáticas que os 198 países-membros da convenção do clima devem apresentar em 2025.