COP28: petrolíferas assinam acordo para reduzir emissão de poluentes
Petrobras está entre a lista de signatárias da proposta, que determina redução pela metade das emissões de metano, e zerar o índice até 2050
atualizado
Compartilhar notícia
Enviada especial a Dubai* – Representantes das principais empresas petrolíferas do mundo, incluindo a Petrobras, assinaram um acordo durante a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, para garantir a redução significativa da emissão de gases poluentes nas operações.
Ao todo, 50 empresas de petróleo e gás aderiram à Carta de Descarbonização de Petróleo e Gás (OGDC), um documento global em que se comprometem a reduzir pela metade a emissão de metano até 2030, e zerar o índice até 2050.
A medida, anunciada nesse sábado (2/12), representa um marco nas negociações da conferência do clima. Foco do tratado, o metano é um gás bastante poluente emitido em abundância em operações industriais.
Cientistas defendem que a emissão da substância devem ser reduzidas com urgência para evitar que o aquecimento do planeta ultrapasse o nível de 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais, medida prevista no Acordo de Paris.
As petrolíferas signatárias da carta representam cerca de 40% da produção global de petróleo. Além da redução das operações com metano, também ficou decidido que as companhias irão investir em energias renováveis e tecnologias para emissões negativas, acelerar a descabonização e atuar para reduzir a limitação de acesso a energia.
O presidente da COP28 em Dubai, Sultan Ahmed Al-Jaber enfatizou que o lançamento do mecanismo “é um grande primeiro passo”.
“Embora muitas empresas petrolíferas nacionais tenham adotado metas líquidas zero para 2050 pela primeira vez, sei que elas e outras podem e preciso fazer mais. Precisamos que toda a indústria mantenha o 1,5ºC ao nosso alcance e estabeleça ambições ainda mais fortes para a descarbonização”.
Na carta, os signatários também reconhecem que é essencial que a indústria do petróleo e do gás aumente medidas como o envolvimento com os clientes, o investimento no sistema energético do futuro e o aumento da transparência na medição, na comunicação e na verificação independente.
*Repórter viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade