Coordenador do MTST é morto pela PM em Uberlândia
Corporação alega que homem estava armado e resistiu a uma abordagem. Movimento nega versão e acusa policiais de homicídio
atualizado
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Um coordenador de assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foi morto por policiais militares na madrugada desta quinta-feira (05/03) em Uberlândia (MG). Os militares envolvidos alegam que Daniquel Oliveira dos Santos estava armado e reagiu a uma abordagem, mas os militantes do movimento negam essa versão. A morte desencadeou protestos do MTST na cidade mineira.
Daniquel era coordenador e responsável pela infraestrutura da ocupação Fidel Castro, organizada pelo MTST em Uberlândia há três anos. Segundo a PM de Minas Gerais, os militares avistaram três homens perto de um poste de luz em um matagal nos fundos da ocupação, por volta das 2h da manhã.
A ocorrência registra que eles desobedeceram ao ser abordados e que uma arma foi vista na mão de um deles. Um homem foi preso no matagal e Santos foi encontrado ferido na cabeça. Os policiais o levaram a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas o militante social não resistiu ao ferimento.
Os policiais informaram que havia, ao lado do corpo, um revólver calibre .38 com duas munições intactas e uma picotada (disparo que falha).
“Estão querendo criminalizar nosso movimento apontando que havia arma com Daniquel. O que é uma mentira. Até quando a polícia continuará nos perseguindo, perseguindo nossos militantes, até quando tamanha covardia com nossa luta?”, questionou o MTST, em postagem nas redes sociais.
O caso foi registrado na delegacia da cidade mineira, que irá investigar as circunstâncias da ocorrência.
O coordenador-geral do MTST no país, Guilherme Boulos, classificou a morte como “crime político” e cobrou explicações e punição aos responsáveis:
URGENTE! Coordenador do MTST em Minas Gerais foi assassinado pela PM em Uberlândia. Daniquel Oliveira tinha 41 anos e foi executado friamente por policiais. Mais um caso de violência política no país. Exigimos punição aos assassinos!
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) March 5, 2020