Conversa entre Flordelis e filho aponta para desvio de verbas da igreja
Além do cargo de tesoureiro do Ministério Flordelis, André acumulava a função de secretário parlamentar no gabinete da mãe
atualizado
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Mais uma polêmica envolvendo a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) veio à tona nesta quinta-feira (27/8): além de ser denunciada como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo de Souza, a parlamentar também sabia que o dinheiro de sua igreja, o Ministério Flordelis, era usado para custear as despesas da família.
De acordo com informações divulgadas pela revista Veja, em uma conversa por WhatsApp, André Luiz De Oliveira, conhecido como “Bigode” E filho socioafetivo do casal, diz para Flordelis que tentaria tirar dinheiro da igreja para pagar o plano de saúde da família. Em resposta, a parlamentar afirma: “Fazer mais o quê? Se separar eu não posso, porque não posso escandalizar o nome de Deus. Isso não”.
André tinha o cargo de tesoureiro no Ministério Flordelis e também acumulava a função de secretário parlamentar do gabinete da mãe desde agosto de 2019.
Oficialmente o salário do filho do casal era de R$ 15.698,32, mas, de acordo as interceptações telefônicas realizadas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, ele repassava mais de R$ 11 mil para a deputada, o que configura a prática de rachadinha.
O assassinato
A viúva, deputada federal Flordelis (PSD-RJ), é uma das 11 pessoas denunciadas à Justiça e considerada a mandante do crime. Porém, não há mandado de prisão contra ela, que tem imunidade parlamentar. O MP requereu à Justiça seu afastamento do cargo público, entre outras medidas cautelares, como o comparecimento mensal ao juízo.
A vítima foi assassinada dentro da própria casa, no bairro Badu, em Niterói, no dia 16 de junho do ano passado. Na ocasião, a deputada Flordelis relatou, em depoimento e à imprensa, que o pastor teria sido morto durante um assalto.