“Considero como meu quinto filho”, diz pai de bebê trocado em Goiás
Ao Metrópoles, Genésio afirma ter criado um vínculo com a outra criança e acredita que a separação será “bastante dolorida”
atualizado
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Pai de um dos bebês trocados em hospital de Trindade, na região metropolitana de Goiânia (GO), o empresário Genésio Vieira de Souza, 43 anos, afirmou ao Metrópoles, na manhã desta quarta-feira (31/07/2019), ter criado vínculo com a família da outra criança e que, após o resultado do exame de DNA, a separação será bastante dolorida.
“Eu espero que a justiça seja feita. Quem deve, tem que pagar. No mais, a gente vai ter um vínculo. Considero o bebê como o meu quinto filho. Nós estamos convivendo e sabemos da dificuldade que vai ser a separação. O que importa nisso tudo para mim é a família”, disse.
Ele cedeu a casa, em Trindade, para a família do outro casal que teve o bebê do trocado ficar até o resultado do exame. As crianças nasceram no dia 9 de julho no Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), com poucos minutos de diferença. O esposo de Pauliana, Maciel Aguiar de Souza, logo percebeu que o bebê entregue a eles nasceu com olhos azuis e pele mais clara.
“Como já era pai, tenho uma certa experiência. A curiosidade foi no dia a dia e cheguei à conclusão que não achei nenhum fio de cabelo nem a ponta do nariz parecida com a minha”, explica Souza, ao detalhar como tomou coragem, nas suas palavras, para fazer o exame de DNA escondido da mulher, pois não queria que ela desconfiasse.
O primeiro exame foi feito sob sigilo após 18 dias do nascimento do menino. O pior, para Genésio, foi dizer à esposa que o resultado do exame apontava que ele não era o pai. “É uma situação muita constrangedora, mas não pensei em nenhum momento que a minha esposa tivesse me traído”, conta.
Assim que tomou conhecimento da situação, Pauliana tratou também de realizar o exame de DNA. O resultado foi o esperado: o recém-nascido não era filho do casal. “Até houve algumas críticas. Gerou muito conflito mental, psicológico e físico com a minha esposa. Meu outro bebezinho, de 1 ano e 5 meses, está assustado com a situação, acordando de noite”, conta Genésio.
Mas, mesmo esperando por justiça, ele encara a situação resignado. “Creio que tudo que acontece na nossa vida é determinação de Deus para que haja mais compreensão na família, por exemplo. Eles [do hospital] poderiam ter resolvido o caso de imediato e deixado a família ir embora, mas não foi isso que aconteceu”, conta.
Em nota, o Hutrin confirmou a troca dos bebês e disse que afastou quem estava trabalhando nas datas de nascimento e alta das mães e crianças. A unidade de saúde também informou que apura internamente o caso e está em contato com as famílias.