Conselho Indigenista cobra rapidez na busca por desaparecidos no AM
Órgão alega que as medidas tomadas pelas autoridades públicas “não tiveram resultados” e que trazem “apreensão e temor”
atualizado
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O governo brasileiro tem sofrido pressão para intensificar as buscas pelo jornalista inglês Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Araújo Pereira. A mais recente crítica é do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O órgão alega que as medias tomadas pelas autoridades públicas “não tiveram resultados” e que trazem “apreensão e temor” sobre o que aconteceu com os dois desaparecidos.
Nesta terça-feira (7/6), o Cimi pediu a intensificação das buscas. “Exigimos das autoridades locais e nacionais celeridade e transparência, adotando de forma urgente todas as medidas cabíveis na busca pelos desaparecidos”, frisa o texto.
O conselho diz que é necessário ampliar as equipes de buscas e o número de barcos, bem como o uso de helicópteros para que as buscas incluam sobrevoos na área.
“Neste momento, a agilidade nas buscas pode significar a vida daqueles que se dedicam à defesa dos povos indígenas no Vale do Javari”, diz o órgão.
PF e Funai
A Polícia Federal informou na tarde desta terça-feira que reforçou a equipe de buscas que atua na reserva indígena Vale do Javari, no Amazonas.
Segundo a corporação, foi enviada para a região mais uma aeronave com policiais federais e integrantes do Exército.
A Fundação Nacional do Índio (Funai), em movimento semelhante, ampliou as buscas pelo indigenista e pelo jornalista.
O reforço, segundo a instituição, conta com 15 servidores, sob a coordenação do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
🛥️A @funaioficial ampliou as buscas pelo indigenista licenciado Bruno Pereira e pelo jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos na região do Vale do Javari (AM). A operação conta com 15 servidores, sob a coordenação do @JusticaGovBR
✅Saiba mais! https://t.co/GFh1wqxwbk pic.twitter.com/4DyZxc4vNR— Funai (@funaioficial) June 7, 2022
Entenda o caso
Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), o jornalista e o indigenista se deslocavam com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua próxima ao Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar algumas entrevistas com os habitantes daquela região.
Segundo os relatos, os dois desapareceram quando faziam o trajeto da comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte. O desaparecimento foi comunicado no domingo (5/6).
Indigenista renomado
Bruno é considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. No órgão desde 2010, ele foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos. Acabou exonerado do cargo, em 2019, após combater mineração ilegal em Terras Indígenas.
A retirada do servidor da função de chefia ocorreu no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um projeto para liberar garimpos nas reservas.
O indigenista está licenciado da Funai, e atualmente faz parte do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi).
Jornalista prepara livro
Dom Phillips é um jornalista colaborar do jornal britânico The Gardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e mora em Salvador.
Phillips está trabalhando em um livro sobre meio ambiente, com apoio da Fundação Alicia Patterson.
Além do Guardian, Phillips já publicou trabalhos no Financial Times, New York Times, Washington Post e em agências internacionais de notícias.
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