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Conselho do Ministério da Saúde defende continuação de testes da Coronavac

Conselho de ética da pasta afirma, em nota oficial, que Anvisa deve voltar atrás na suspensão de testes da vacina contra o novo coronavírus

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Jacqueline Lisboa/Especial Metrópoles
Doutor Gustavo Romero, coordenador do estudo da vacina contra Covid-19 no Distrito Federal, mostra embalagem e seringa utilizada para a imunização - vacina covid
1 de 1 Doutor Gustavo Romero, coordenador do estudo da vacina contra Covid-19 no Distrito Federal, mostra embalagem e seringa utilizada para a imunização - vacina covid - Foto: Jacqueline Lisboa/Especial Metrópoles

São Paulo – A Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep), do Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão do Ministério da Saúde, afirma que defende “a continuidade dos estudos da vacina Coronavac, que vinha sendo desenvolvida pelo Brasil, por meio do [Instituto] Butantan, em parceria com o governo chinês”.

“Entendemos que o óbito do voluntário não estava relacionado à aplicação da vacina, por isso optamos por não suspender os ensaios e recomendamos que os pesquisadores nos trouxessem apenas a avaliação final de seu comitê independente”, informou o coordenador da Conep, o médico Jorge Venâncio.

As declarações foram divulgadas para a imprensa por meio de nota oficial, publicada no portal governamental do Conselho Nacional de Saúde na tarde desta terça-feira (10/11). Elas são uma resposta à suspensão dos testes clínicos da vacina Coronavac pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Conep é o órgão responsável pela análise dos protocolos de pesquisas relacionadas à Covid-19 em território nacional. Em parceria com o CNS, o departamento afirma que “seguirá debatendo o assunto para encontrar formas de garantir que os estudos para a vacina da Covid-19 no Brasil avancem”.

As declarações do Conselho chegam a público em meio a embate político entre o governador de São Paulo João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Após o embargo dos testes clínicos pela Anvisa, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer em redes sociais que tinha “vencido” João Doria.

Doria, por sua vez, cobrou retomada de testes da Coronavac: “A Anvisa é um órgão técnico. Confio que testes com a vacina do Butantan serão retomados de imediato”. O entendimento do governador segue a posição do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, que diz que o “evento adverso grave” alegado para interromper os testes com a Coronavac não tem relação com a vacina. Causa da morte de voluntário em testes da Coronavac teria sido suicídio.

Deputados federais, como Joice Hasselmann (PSL) e Orlando Silva (PCdoB), apontam “uso político” da Anvisa pelo presidente Jair Bolsonaro, que vem disputando com João Doria protagonismo sobre o imunizante ideal para frear a pandemia do coronavírus no Brasil.

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