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Conselho de Ética vai investigar senador pego com dinheiro na cueca em 2020

O colegiado do Senado voltou a funcionar depois de seis anos parado. Além de Chico Rodrigues, outros quatro senadores serão investigados

atualizado

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Senador Chico Rodrigues durante conversa com jornalistas
1 de 1 Senador Chico Rodrigues durante conversa com jornalistas - Foto: Myke sena/Especial Metrópoles

O Conselho de Ética do Senado decidiu abrir, nesta quarta-feira (14/6), procedimento disciplinar contra o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), flagrado com dinheiro na cueca em 2020. O parlamentar foi alvo da operação Desvid-19, que apurava desvios de recursos da saúde em Roraima. O colegiado volta aos trabalhos depois de quase seis anos.

O pedido de investigação contra o senador foi apresentado pelos partidos Rede Sustentabilidade e Cidadania. Renan Calheiros (MDB-AL) será o relator do caso.

Além de Chico, os senadores Styvenson Valentim (Podemos-RN), Jorge Kajuru (PSB-GO), Cid Gomes (PDT-CE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também serão alvo de processo disciplinar.

Veja os casos: 

  • Chico Rodrigues (PSB-RR)

O Senador foi alvo da mandados de busca e apreensão na capital de Roraima, Boa Vista, para apurar desvio de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares destinadas ao combate à pandemia da covid-19. À época, eram investigadas contratações realizadas no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde envolvendo aproximadamente R$ 20 milhões que deveriam ser utilizados no combate à covid-19.

Na ocasião, a polícia apreendeu dinheiro vivo dentro da cueca. Os investigadores ainda encontraram cerca de R$ 30 mil na residência de Chico Rodrigues. Os partidos Cidadania e Rede Sustentabilidade pedem a cassação do mandato do senador.

  • Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP)

O pedido contra o senador Randolfe Rodrigues foi apresentado pelo deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) por críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Silveira, que estava preso quando representou contra o senador, disse que Randolfe “desfere seríssimas palavras que podem ser interpretadas como subversivas, antidemocráticas, caluniosas, difamatórias” contra o presidente “e que atentam diretamente ao Estado Democrático e de Direito”.

Na representação, o deputado destacou trechos em que o senador teria chamado Bolsonaro de “genocida” e “ladrão de vacinas”.

  • Styvenson Valentim (Podemos-RN)

A ex-deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) apresentou uma denúncia contra o senador por quebra de decoro parlamentar. Na justificativa, Joice cita uma live promovida por Valentim em julho de 2021, quando, ao comentar a violência física sofrida por ela, Styvenson “ironizou o ocorrido numa demonstração de desrespeito às mulheres e ofensa à honra da deputada”.

  • Jorge Kajuru (PSB-GO)

Kajuru é alvo de representação pelo senador Flávio Bolsonaro por ter gravado e divulgado, de forma clandestina, uma conversa que teve com o então presidente da República, Jair Bolsonaro.

A conversa telefônica entre oex-presidente e o senador goiano tratava da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigou omissões do governo federal no combate à pandemia. Bolsonaro defendeu a ampliação da investigação e disse temer um “relatório sacana” da comissão caso a apuração se concentre apenas no governo federal, conforme previsto no pedido original.

Uma outra representação foi encaminhada pelo senador Luiz Carlos Heinze, por Kajuru ter publicado, em suas redes sociais, uma lista com os orçamentos gastos por senadores goianos com pedido de consultoria.

  • Cid Gomes (PDT-CE)

O senador Cid Gomes será investigado por suposta quebra de decoro parlamentar. A denúncia foi feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Na representação, Lira fez referência a episódio ocorrido em outubro de 2019, quando Senado e Câmara dos Deputados disputavam recursos do megaleilão do pré-sal. Na ocasião, Cid chamou o então líder do PP na Câmara dos Deputados de “achacador”.

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