Conselho de Ética adia decisão sobre processo contra Gabriel Monteiro
Colegiado vai analisar por sete dias se representa contra o parlamentar acusado de assédio sexual e moral, além de fraude em vídeo
atualizado
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Rio de Janeiro – Por maioria de votos em reunião nesta terça-feira (29/3), o Conselho de Ética e Disciplina da Câmara de Vereadores do Rio decidiu apurar durante sete dias as denúncias contra o vereador Gabriel Monteiro (sem partido).
O ex-PM é acusado por ex-funcionários de assédio moral e sexual, agressões físicas e fraudes em vídeos publicados em redes sociais. As denúncias foram feitas pelo Fantástico no domingo (27/3).
Só após a análise das denúncias, o colegiado vai decidir se haverá representação contra Gabriel Monteiro.
O prazo de sete dias para investigação preliminar foi criticado pelo vereador Chico Alencar (PSol). “Fui voto vencido por achar que as denúncias são robustas e graves. Apenas eu e uma vereadora voltamos a favor”, afirmou Alencar.
O presidente do colegiado, Alexandre Isquierdo (União Brasil), rejeita a tese de que há demora, por corporativismo, na instauração do procedimento, que pode resultar na cassação do vereador.
“São denúncias graves. No prazo de sete dias, vamos buscar dados e elementos na polícia e no Ministério Público”, rechaçou.
Isquierdo relembrou que ano passado o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, foi cassado. Ele é acusado da morte do menino Henry Borel, de 4 anos, em março do ano passado. A mãe Monique Medeiros também está presa por envolvimento no crime.
Se houver representação contra Monteiro, ele será ouvido para prestar esclarecimentos. Só então o processo de cassação seguirá ou não adiante. Nesta terça-feira, o vereador tentou ser ouvido pelo conselho, mas o pedido foi negado.
Segundo a reportagem do Fantástico, uma mulher alega que o parlamentar usou a força, após ela ter pedido que ele não levasse adiante uma relação sexual iniciada de forma consensual.
Uma investigação na Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) de Jacarepaguá apurar denúncia de assédio, mas não recebeu informações sobre a acusação de estupro, segundo a Polícia Civil. Monteiro será chamado a prestar depoimento na Deam.
O Ministério Público, por outro lado, investiga o caso de depoimento forjado de criança usada em vídeo publicado pelo vereador. Monteiro nega as acusações.
“Vídeo editado, tem que ter edição. Agora não existe vídeo mentiroso. Ela trabalha na rua vendendo bala, o pai a abandonou. Ela não está na rua agora. Tudo foi acompanhado pela mãe. Apenas ajudei a menina a transpassar a realidade”, argumenta Monteiro.