Conselho cassa registro de nutrólogo denunciado por abuso sexual
Abib Maldaun Neto é investigado pelo Ministério Público por ao menos dois crimes. Ainda cabe recurso
atualizado
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O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) cassou o registro profissional do médico nutrólogo Abib Maldaun Neto, na noite dessa quarta-feira (7/10), após pacientes o acusarem de abuso sexual.
A decisão, unânime entre sete conselheiros, é a primeira etapa do julgamento e precisa ser submetida a uma segunda confirmação pelo pleno do Cremesp. Ainda cabe recurso no Conselho Federal de Medicina também (CFM).
Maldaun foi condenado em segunda instância pela Justiça de São Paulo por violação sexual mediante fraude contra uma das pacientes. O médico nega a acusação e afirma que vai provar a inocência.
A cassação é referente a um caso de abuso sexual de uma ex-paciente paciente que tramita desde 2014. A fase de instrução, quando as provas são apresentadas e analisadas, além das partes envolvidas ouvidas, só foi concluída em abril de 2018. Desde então, o processo aguardava inclusão na pauta de julgamento do conselho, de acordo com a denunciante.
Na mesma semana em que o Fantástico, da TV Globo, e a GloboNews exibiram reportagens com denúncias de ex-pacientes contra o médico, o conselho do Cremesp marcou o julgamento.
Pelo menos oito queixas de abuso sexual foram protocoladas contra o médico no conselho. A primeira delas, de 2012, foi arquivada. O caso voltou a ser analisado dois anos depois, quando uma outra denúncia contra ele apareceu.
Abib Maldaun Neto já teve o registro profissional suspenso cautelarmente pelo Cremesp em setembro, por seis meses, para a apuração dos casos.
O Ministério Público de São Paulo disponibilizou um canal direto por e-mail para receber denúncias de pacientes que envolvessem o médico e abriu uma nova investigação. O MPSP recebeu aproximadamente 30 queixas contra Abib Maldaun até o momento.
A promotoria ainda apura a participação do médico em dois crimes: violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.
Em nota divulgada em setembro, o Cremesp afirmou que “cumpre seu dever de apurar infrações éticas cometidas por médicos, no exercício da profissão, quando oficialmente acionado ou quando os fatos chegam ao seu conhecimento”.
Também por nota, enviada ao Metrópoles, o Cremesp disse que “não pode se manifestar até o trânsito em julgado”.