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Conheça a nova estação de pesquisa brasileira na Antártica

Unidade recebeu investimento de US$ 99,6 milhões do governo brasileiro, o equivalente a cerca de R$ 400 milhões. Local terá 17 laboratórios

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Divulgação/Marinha do Brasil
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1 de 1 estacao-antartica-comandante-ferraz-1 - Foto: Divulgação/Marinha do Brasil

A nova estação brasileira na Antártica será inaugurada nesta quarta-feira (15/01/2020) pela Marinha. O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, participarão.

A Antártica possui cerca de 14 milhões de km² – faixa territorial superior à do Brasil. Lá, se encontra a maior reserva de água potável congelada do planeta, tipos e quantidades de minerais ainda desconhecidos e uma considerável diversidade de micro-organismos, plantas e animais. Além disso, o continente tem grande influência no clima brasileiro e mundial.

As instalações da Estação Comandante Ferraz serão entregues quase oito anos depois do incêndio que destruiu a base anterior, instalada em 1984. O incêndio teve início no local onde ficavam os geradores de energia do complexo e atingiu 70% da estrutura da estação. Dois militares morreram na ocasião.

Investimento, capacidade e pesquisa
A nova estação recebeu um investimento de US$ 99,6 milhões do governo brasileiro, o equivalente a cerca de R$ 400 milhões. O espaço tem capacidade para acomodar até 64 profissionais do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), além de contar com 17 laboratórios.

Criado em 1982, o Proantar tem objetivos relacionados à produção de conhecimento científico sobre a Antártica e suas relações com o restante do sistema climático global, envolvendo a criosfera, os oceanos, a atmosfera e a biosfera.

De acordo com o governo, na última chamada do programa foram aprovados 19 projetos de pesquisa, que têm impacto direto nas ciências básicas e aplicadas para o Brasil.

Veja as áreas de estudo na Estação Antártica Comandante Ferraz:

  • O papel da criosfera no sistema terrestre
  • Dinâmica da alta atmosfera na Antártica
  • Mudanças Climáticas e o Oceano Austral
  • Biocomplexidade dos ecossistemas antárticos
  • Geodinâmica e história geológica da Antártica
  • Química dos oceanos, geoquímica marinha e poluição marinha
  • Biologia Humana e Medicina Polar
  • Inovação em novas tecnologias

Divisão por módulos
Para realizar a pesquisa no continente antártico, os trabalhos serão divididos em três módulos: blocos Leste, Oeste e Técnico.

O Bloco Leste será responsável pelas pesquisas, convivências e serviços. Nele, também ficam os refeitórios, a cozinha, a ala de saúde, a sala de secagem e as oficinas.

No Bloco Oeste, será onde os pesquisadores irão morar. Há 32 quartos, uma biblioteca, uma academia e um auditório. No local, também estão os depósitos de mantimento e reservatórios de água.

O Bloco Técnico será responsável pelo controle das redes elétrica, sanitária e de automação da estação como um todo. Nesse módulo, há ainda uma estação de tratamento de água e esgoto, casa de máquinas, geradores, sistemas de aquecimento e um incinerador de lixo.

Redução de impactos ambientais
O projeto de engenharia da nova estação brasileira foi desenvolvido para reduzir os impactos ao meio ambiente. Do total da energia consumida no centro de pesquisa, por exemplo, 30% vem de fontes renováveis produzidas por placas solares e por uma miniusina eólica instalada no local. Além disso, o calor emitido pelos geradores de energia é canalizado para aquecer a usina, em vez de ser lançado para o ar.

ATUALIZAÇÃO
A reportagem inicial informava que a inauguração da nova estação iria ocorrer às 17h desta terça-feira (14/01/2020). No entanto, de acordo com a Marinha, a solenidade foi adiada para esta quarta-feira (15/01/2020) devido ao mau tempo. As autoridades que participariam da cerimônia não conseguiram fazer o translado de Punta Arenas para o local onde a estação tem base.

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