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Conheça 6 tipos de golpes do Pix e saiba como se proteger

A ferramenta já superou transações bancárias que eram habitualmente usadas pelos brasileiros, como o TED e o DOC

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Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Layout PIX
1 de 1 Layout PIX - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Levantamento feito pelo escritório especializado em crimes de natureza financeira Morais Advogados expôs os seis tipos de golpes mais frequentes utilizando a ferramenta bancária Pix. O compilado teve como base os processos judiciais de natureza financeira. Especialista alertam que, justamente pela facilidade atribuída a operações por Pix, é necessário redobrar a atenção para golpes e fraudes.

Veja os seis golpes mais comuns envolvendo o Pix:

Falsos funcionários

Nesta modalidade de fraude, a vítima recebe uma ligação, de uma pessoa se passando por um funcionário de um banco ou empresa financeira. A pessoa oferece ajuda para cadastrar a chave Pix, ou alega necessidade de realizar algum teste, induzindo que a vítima realize transferências monetárias.

Falso sequestro

A pessoa entra em contato com a vítima, afirmando que sequestrou alguém da família e fala que tem um valor a ser pago. O golpista aproveita o desespero da pessoa, e até imita a voz de um familiar, levando a pessoa a fazer a transferência, que nessa situação, se concretiza com o Pix, já que é uma ferramenta instantânea.

Golpe do “bug”

Esse golpe se aproveita da má-fé da pessoa, pois espalha em redes sociais (por vídeos ou mensagens de WhatsApp, por exemplo) que o Pix está com alguma falha em seu funcionamento (um “bug”) e é possível ganhar o dobro do valor que foi transferido para chaves aleatórias. Contudo, ao tentar tirar proveito disso, o mal-intencionado vira vítima ao enviar dinheiro para golpistas.

Phishing

Os ataques de “phishing” são muito comuns e usam mensagem que aparentam ser reais para que o indivíduo forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões.

Clonagem de WhatsApp

Os golpistas elaboram uma mensagem no WhatsApp informando falsamente que são de empresas com as quais as vítimas têm relacionamentos ou cadastros ativos. A partir disso, é solicitado o código de segurança, enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de atualização, manutenção ou confirmação de cadastro.

De posse desse código, o criminoso consegue clonar a conta de WhatsApp em outro celular. A partir daí, o fraudador envia uma série de mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, para pedir dinheiro emprestado por transferência via Pix.

Engenharia social no WhatsApp

No golpe de engenharia social com WhatsApp, o criminoso escolhe uma vítima, pega sua foto em redes sociais, e, de alguma forma, consegue descobrir números de celulares de contatos da pessoa. Com um novo número de celular, envia mensagens para contatos, informando que teve de trocar de número devido a algum problema. Assim, aproveita e pede uma transferência via Pix, dizendo estar em alguma emergência.

Dicas de especialistas

Advogado especialista em cobrança e direito do consumidor e sócio da Morais Advogados, Afonso Morais alerta que apesar de alguns golpes serem mais comuns que outros, como é o caso da clonagem do WhatsApp, nem sempre os criminosos precisam recorrer a aplicativos intermediários para aplicar as fraudes.

“Um alerta importante é sobre a necessidade de cuidado com a exposição de dados em redes sociais. Fique atento a sorteios e promoções que pedem o número de telefone do usuário. Além disso, recebendo mensagem de alguém que afirmar ter mudado o número, certifique-se dessa informação”, alerta Morais.

Alessandra Raposo Maia, servidora pública do Distrito Federal, caiu no golpe da clonagem de WhatsApp. Os criminosos entraram em contato com pessoas próximas e tentaram fazer com que essas pessoas, do convívio da servidora, transferissem quantias através do Pix, o que, segundo ela, gerou uma situação de angústia e indignação.

“Foi uma situação angustiante, pois os criminosos tentaram se passar por mim e pedir dinheiro para os contatos da minha agenda telefônica. Tive que reinstalar o aplicativo e colocar o código de segurança e ativar a verificação em dois fatores no aplicativo. Também fiz o boletim de ocorrência no site da Polícia Civil do DF. No final, foi tudo resolvido”, relata Alessandra.

Jessica Marques, especialista em penal e direito digital do Kolbe Advogados Associados, também salienta a importância de se atentar para pedidos de informações pessoais, em nome das instituições, que não costumam entrar em contato com clientes por determinados canais de relacionamento. “Vários são os golpes aplicados, mas o procedimento de abordagem é o mesmo: repassar uma informação falsa, com aparência de regular, para atrair a vítima”, detalha.

“Para que o usuário possa evitar ser vítima de um golpe cibernético, é importante que ele não clique em links encaminhados via WhatsApp, mensagem ou e-mail, sobretudo, porque as instituições bancárias já noticiaram que não fazem nenhum contato via esses canais, e não forneça códigos de ativação encaminhados ao próprio celular”, relembra Marques.

Rolse de Paula, especialista em direito aplicado e diretora da Associação Brasileira dos Advogados (ABA), em Curitiba ensina, para quem for vítima de um dos golpes, como agir no primeiro momento.

“Entrar, imediatamente, em contato com a instituição financeira para qual foi destinada, a priori, o pagamento. Caso a instituição não dê o tratamento adequado, o usuário deve entrar em contato com o Banco Central, pelo telefone 145. Também é recomendável registrar um Boletim de Ocorrência, para buscar maior respaldo na reclamação dirigida, bem como para utilizar em uma futura (ou possível) ação judicial”, explica.

Histórico do Pix

A ferramenta foi lançadas pelo Banco Central, em 16 de novembro do ano passado, para facilitar transferências e pagamentos no dia a dia. A função principal do Pix, segundo a instituição financeira, é baixar custos e aumentar a velocidade das operações. O serviço fica disponível 24 horas por dia, sete dias por semana e em todos os dias no ano.

Ao contrário de tempos passados, quando, para que uma pessoa pudesse transferir um valor para outra, precisaria ter informações de conta, agência e instituição financeira, para efetuar uma transação no Pix basta ter o número do celular, CPF ou CNPJ, e-mail  ou, ainda, um número aleatório.

Um mês depois de sua implantação, em dezembro, o Pix já correspondia a 30% das transações bancárias. Apenas um mês depois, a modalidade ultrapassou os TEDs e DOCs.

A advogada Rolse de Paula explica que o método é muito seguro, mas nem por isso o cuidado é dispensável. Outro detalhe relevante, segundo a especialista, é que o Banco Central estabeleceu mecanismos de prevenção aos chamados ataques de leitura, considerando, entre outras situações, a quantidade de consultas de chaves feitas por um usuário, principalmente quando elas resultam em transferências efetivas.

“As instituições financeiras e de pagamentos que aderiram ao Pix estão sujeitas à regulação sobre segurança cibernética e proteção de dados, com a implementação de sistemas possuindo diversas medidas de segurança, como criptografia e autenticação, deixando esses arranjos de pagamento tão seguros quanto os já conhecidos TED e DOC. Ao menos é essa a intenção”, declara.

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