metropoles.com

Congresso vê CPMI do 8/1 ganhar força após crise com ministro do GSI

Ministro do GSI, Gonçalves Dias, pediu demissão após a divulgação de imagens do 8/1. Em contradição, governo aderiu à instalação de CPMI

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Foto colorida da polícia durante atos golpistas de 8 de janeiro
1 de 1 Foto colorida da polícia durante atos golpistas de 8 de janeiro - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Mesmo com o anúncio da adesão do governo à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro, parlamentares da oposição querem manter a instalação do colegiado e investigar a conduta das autoridades durante os ataques.

O tema ganhou força ao longo da tarde de quarta-feira (18/4), após o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da presidência da República, Gonçalves Dias, pedir demissão.

O militar decidiu sair do cargo após a divulgação de imagens do Palácio do Planalto em 8 de janeiro, data dos ataques golpistas aos prédios da Praça dos Três Poderes.

Nos vídeos, divulgados com exclusividade pela CNN Brasil, Gonçalves Dias e militares do GSI aparecem interagindo com manifestantes golpistas no local, em tom de tranquilidade.

Após a demissão do ministro do cargo, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), anunciou que a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai apoiar a CPMI para investigar os atos de 8 de janeiro.

No entanto, um dia antes da crise envolvendo o GSI, a posição do governo era contrária. Na quarta (18/4), a base governista se articulou para adiar a leitura do requerimento de instalação do colegiado (leia mais abaixo).

A mudança de posicionamento do governo foi recebida com estranheza por parlamentares da oposição. No entanto, líderes ouvidos pelo Metrópoles informaram que a mobilização pela CPMI segue forte.

Questionado se há chances de mudar de estratégia sobre a instalação da CPMI, um parlamentar da oposição respondeu: “Em hipótese alguma. Queremos a verdade dos fatos, doa a quem doer”.

Outro parlamentar informou que, após os fatos de quarta-feira, a oposição espera angariar mais apoio ao requerimento que pede instalação da CPMI. O autor do pedido de instalação do colegiado é o deputado André Fernandes, do PL.

Composição do colegiado

Após aderir à CPMI, a base governista deve tentar se articular para construir uma composição favorável ao governo no colegiado, pelo menos para as 16 vagas previstas para a Câmara. O regimento do Congresso prevê que o grupo seja formado por número igual de deputados e senadores indicados por líderes, de acordo com a proporcionalidade dos blocos partidários. A quantidade de representantes é fixada no ato da criação do colegiado.

Na Câmara, o maior bloco é formado por partidos de centro e de esquerda, com 173 deputados. O grupo conta com nomes do PP, União, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Patriota, Avante, PSB e PDT.

Ao Metrópoles, governistas disseram que a proximidade com o bloco será usada para diminuir a presença de opositores ao governo na CPMI. Seria uma forma de restringir os mais bolsonaristas aos assentos destinados ao PL no colegiado.

Nomes do chamado “blocão” também informaram à reportagem que estudam a indicação de nomes isentos para a composição do bloco, evitando que parlamentares da oposição ganhem espaço no colegiado. Além disso, o grupo quer a relatoria da CPMI. Um dos nomes ventilados é o de André Fufuca (PP-MA).

6 imagens
Imagens internas do Palácio do Planalto em invasão de 8 de janeiro mostram agentes e chefe do GSI junto aos golpistas
Ex-militar aparece nas imagens do circuito interno do Planalto no dia 8 de janeiro
GDias no Planalto no dia das invasões
GDias no Planalto
Imagens internas do Palácio do Planalto em invasão de 8 de janeiro mostram agentes e chefe do GSI junto aos golpistas
1 de 6

Imagens internas do Palácio do Planalto em invasão de 8 de janeiro mostram agentes e chefe do GSI junto aos golpistas

Reprodução/CNN
2 de 6

Imagens internas do Palácio do Planalto em invasão de 8 de janeiro mostram agentes e chefe do GSI junto aos golpistas

Reprodução/CNN
3 de 6

Ex-militar aparece nas imagens do circuito interno do Planalto no dia 8 de janeiro

Reprodução/GSI
4 de 6

GDias no Planalto no dia das invasões

Reprodução
5 de 6

GDias no Planalto

Reprodução
6 de 6

Imagens internas do Palácio do Planalto em invasão de 8 de janeiro mostram agentes e chefe do GSI junto aos golpistas

Reprodução/CNN

CPMI

Desde o início do ano legislativo, parlamentares da oposição pressionam o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela instalação de uma CPMI. Para que o colegiado seja instalado, é necessária a adesão de 171 deputados e 27 senadores.

Com a adesão de parlamentares suficientes, a instalação da CPMI é automática. No entanto, é preciso que o requerimento seja lido em sessão do Congresso Nacional.

A expectativa era de que o documento com assinaturas de opositores fosse lido por Pacheco, que também preside o Congresso, na sessão de quarta-feira (18/4). No entanto, após pressão de governistas, a sessão foi adiada para a próxima quarta-feira (26/4).

Entenda

Gonçalves Dias, então ministro-chefe de Lula, aparece nas imagens divulgadas pela CNN dentro do Palácio do Planalto durante as invasões do dia 8 de janeiro. No vídeo é possível visualizar o general caminha pelo terceiro andar, onde fica o gabinete da presidência. O ministro chega a conversar com alguns invasores.

Dias deixou o cargo na tarde desta quarta-feira (19/4), após reunião com Lula. Após o pedido de demissão, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República disse que “não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro”.

Para o lugar foi indicado, interinamente, Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Pessoa de confiança do ministro Flávio Dino, ele também foi interventor na segurança pública do Distrito Federal este ano, após os atos golpistas.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?