Congresso: a 15 dias da eleição, Lira mantém favoritismo e Pacheco intensifica campanha
As eleições para o comando das duas casas do Congresso acontecem em 1° de fevereiro, data que marca o início da nova legislatura
atualizado
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Com as férias canceladas devido aos atos terroristas em Brasília, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente, articulam uma série de reuniões para costurar apoios partidários em busca da reeleição.
Deputados e senadores se reúnem em 1° de fevereiro para definir quem comandará cada Casa do Legislativo pelos próximos dois anos.
Favorito para o cargo, Lira pretende ampliar os apoios declarados na Câmara. Atualmente, 16 legendas já aderiram à candidatura do atual chefe da Câmara, entre elas, o PT, de Lula e o PL, de Jair Bolsonaro.
Do outro lado, o nome de Pacheco possui resistência entre os aliados do ex-presidente, que inclusive lançaram uma candidatura própria para concorrer com o mineiro. Rogério Marinho é o nome do Partido Liberal para a presidência da Casa Alta.
As próximas semanas serão marcadas por reuniões entre líderes de legendas. O objetivo é que todos os apoios sejam cravados antes do fim do recesso. O legislativo está de férias desde 23 de dezembro.
A definição pelos novos presidentes acontece logo após a posse dos eleitos em 2022. A ala bolsonarista ganhará um reforço de peso no Congresso com a posse dos parlamentares. Isso porque o partido do ex-presidente terá a maior bancada tanto na Câmara quanto no Senado.
PL e PT com Lira
Arthur Lira não deve ter muita dificuldade para conseguir se reeleger. A avaliação é de um dos aliados do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Se, na última eleição, o PT esteve contra o atual presidente, o cenário deste ano é diferente. Isso porque a atuação de Lira no último biênio foi vista como “moderadora” e acabou por agradar todas as bases, tanto do governo da época, quanto da oposição.
O alagoano foi eleito presidente da Casa em 2021 com 302 votos. Na época, seu principal adversário era Baleia Rossi (MDB-SP), obteve 145 votos. Baleia foi o candidato do PT.
Outro fator, foi a aprovação da PEC da Transição na Casa. Para que a proposta fosse aprovada, era necessário pelo menos 171 votos, no entanto, ela passou com 331.
Apoiador de Bolsonaro no último governo, Lira também é o favorito dos aliados do ex-presidente. Configurando sua base desde o PT ao PL. Além destes, outros partidos já declararam apoio a ele: PP, PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Mais Brasil (fusão PTB e Patriota), Pros, PCdoB, PV, PSB e União Brasil.
Pacheco com entraves
No Senado Federal, o atual presidente Rodrigo Pacheco, não terá a mesma facilidade que Lira. Já existem outros dois concorrentes para o mineiro: Rogério Marinho, do PL, e Eduardo Girão, do Podemos.
Marinho é da mesma sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, que optou por não declarar apoio a Pacheco e seguir com uma candidatura própria. Um fator que pode vir a favorecer seu nome é sua legenda. A nova bancada do PL será a maior do Senado, com 14 cadeiras.
O desafeto do partido de Valdemar Costa Neto com o Pacheco se deu pelo fato dele nunca ter sido “próximo” dos bolsonaristas. A figura de Rodrigo é vista como “desfavorável” para os aliados de Bolsonaro. A prerrogativa da candidatura de Marinho é sustentada pela expectativa de que ele irá “devolver o equilíbrio e a harmonia entre os poderes”.
Em Brasília, nos últimos dias, o atual chefe da Casa Alta recebeu líderes do governo na residência oficial para tratar dos futuros projetos que serão encaminhados pelo Executivo. Ainda não há uma definição de apoio oficial do PT, apesar dos líderes já terem sinalizado um favoritismo por Pacheco. Outros cinco partidos também devem sair a favor do mineiro: PSD (seu atual partido), MDB, Cidadania, União Brasil e Rede.
Alisado, no entanto, não avaliam que Pacheco corre riscos de perder a eleição.
O senador Eduardo Girão terá uma candidatura independente, mas com o aval do seu partido.
Como funcionam as eleições
Tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, os votos para presidente são secretos. O sistema às cegas pode, também, abrir espaço para traições.
Assim como no plenário, é preciso de quórum, número mínimo de parlamentares, para que a votação seja aberta. Neste caso, 257 deputados e 41 senadores. Com o número atingido, começa o pleito.
Cada parlamentar tem dois minutos para votar na urna eletrônica.
Para ganhar em primeiro turno, o candidato da Câmara precisa da maioria absoluta, 257 dos votos. Caso ninguém chegue a esse número, os dois nomes mais votados disputam o segundo turno. Em seguida, o presidente da Câmara já toma posse.
No Senado, para ganhar em primeiro turno, o candidato precisa de pelo menos 41 votos. Se ninguém chegar a esse número, os nomes vão para o segundo turno. O escolhido toma posse em seguida.
Os eleitos comandarão as casas de 1° de fevereiro de 2023 até 31 de janeiro de 2025.