metropoles.com

Congressistas veem “mão” do governo em ofensiva do STF contra emendas

Pedido da PGR que “emendas Pix” sejam declaradas inconstitucionais e determinação da Corte por transparência irritaram deputados e senadores

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
Imagem colorida mostra o Congresso, da visão do Palácio do Planalto - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra o Congresso, da visão do Palácio do Planalto - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

A semana se encerra com desconfiança entre os Três Poderes da República. Congressistas viram na ofensiva do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Procuradoria-Geral da União (PGR), contra a falta de transparência e critérios das emendas parlamentares, o “envolvimento” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A avaliação feita por parlamentares é de que a gestão petista se alinha ao Judiciário com o intuito de “constranger” ou “enquadrar” o Legislativo.

Deputados e senadores ficaram irritados com o pedido da PGR ao STF para que as chamadas “emendas Pix” sejam declaradas inconstitucionais. Em 1º de agosto, o ministro Flávio Dino, do STF, determinou que as “emendas Pix” precisam atender aos requisitos constitucionais da transparência e da rastreabilidade.

As emendas parlamentares são uma forma de deputados e senadores enviarem recursos a seus estados para obras e projetos e, como retorno, buscam ampliar seu capital político. O principal apontamento feito pelos críticos das “emendas Pix” é que o parlamentar não precisa dizer o destino do recurso que empenha. Dessa forma, a verba é enviada diretamente aos cofres de prefeituras ou de governos estaduais.

O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado federal Julio Arcoverde (PP-PI), disse ao Metrópoles que suspendeu os prazos de leitura do relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 até que haja uma definição sobre como ficará a distribuição das emendas. O parlamentar afirmou que o debate sobre os repasses estará na pauta da reunião de líderes da Câmara dos Deputados na próxima terça-feira (13/8), em que serão definidos os passos seguintes.

Um atraso na votação da LDO prejudica o calendário do governo para votar o Orçamento do próximo ano. Pela legislação, a LDO deveria ter sido aprovada no primeiro semestre, mas acabou sendo adiada. Agora, com um novo atraso na votação, a leitura feita pela cúpula da CMO é de que o projeto só deve ser votado depois das eleições municipais de outubro. E a Lei Orçamentária Anual (LOA) só pode ser votada depois que a LDO tiver sido aprovada.

Repasse de emendas suspenso

Nesta semana, o governo Lula (PT) suspendeu o pagamento de emendas de forma temporária. Com o objetivo de cumprir decisão do STF, a Advocacia-Geral da União (AGU) bloqueou novos pagamentos e empenhos de emendas de RP9, conhecidas como orçamento secreto, e RP8 (emendas de comissão), até que haja transparência e rastreabilidade.

Criada em 2019, a modalidade “emenda Pix” garante que o dinheiro destinado por parlamentares seja enviado diretamente aos cofres das prefeituras e dos governos estaduais, sem necessidade de fiscalização.

Na quinta-feira (8/8), o líder da oposição no Senado, senador Marcos Rogério (PL-RO), disse que ainda não tinha lido o teor da decisão da PGR, mas que via nas ações contra as emendas uma “iniciativa do governo para enquadrar o Congresso”.

O congressista defendeu a modalidade criada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “É um modelo que já deu certo no governo passado. Vem sendo mantido”, declarou.

Lira vai à PGR e Dino flexibiliza suspensão

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reuniu-se na quinta-feira (8/8) com o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, em meio à tensão sobre as emendas. Gonet ouviu os pontos apresentados por Lira e o advogado da Câmara que o acompanhava. Eles entenderam ser importante pontuar o que consideram relevante sobre o tema.

Horas depois, o ministro Dino acatou parcialmente o pedido da PGR e manteve a suspenção das “emendas Pix”. O magistrado liberou o mecanismo apenas para os casos de obras em andamento e atendimento de situações de calamidade pública, que atendam aos quesitos de transparência e rastreabilidade.

Na decisão, Dino ainda pediu informações ao Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) no prazo de 30 dias sobre o tema.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?