Confusão e revolta marcam o 1º dia do embarque prioritário em Goiânia
Somente funcionários de serviços essenciais podem usar o transporte público nos horários de pico. Até agressão foi registrada nesta terça
atualizado
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Goiânia – O primeiro dia do embarque prioritário no transporte público de Goiânia (GO) para pessoas que trabalham nos serviços essenciais foi marcado por confusão, erros do sistema e muita revolta dos usuários que tinham feito o cadastro no site indicado, mas que, ao chegarem nos terminais, tiveram o acesso negado.
Esta terça-feira (23/3) foi o primeiro dia de funcionamento da medida estipulada pelo poder público para tentar conter as aglomerações nos terminais de ônibus e, por consequência, o avanço da Covid-19. O foco é reduzir a quantidade de pessoas em circulação nos horários de pico. Nesta manhã, a redução foi de 40,6%.
Nos intervalos das 5h45 às 7h15 e das 16h45 às 18h15, somente trabalhadores dos serviços essenciais e que estão com o funcionamento autorizado por decreto poderão embarcar. Para isso, no entanto, é preciso fazer o cadastro no site da Rede Metropolitana do Transporte Coletivo (RMTC).
Na prática, o que se mostrou nesta terça-feira foi uma sucessão de erros. A técnica em enfermagem Arielle Lopes de Paula, de 25 anos, chegou ao Terminal da Praça da Bíblia, na região leste de Goiânia, às 6h20. Ela havia feito o cadastro no site da RMTC no domingo (21/3).
Arielle enfrentou o mesmo problema que várias outras pessoas. Quando passou o cartão de embarque na catraca do terminal, mesmo com o o cadastro feito, a máquina não autorizou a entrada e informou que ela só poderia entrar quando o horário prioritário fosse concluído, ou seja, após às 7h15.
Carteira de trabalho e crachás
A técnica em enfermagem precisava estar no trabalho às 7h. Ela trabalha numa maternidade e, para não se atrasar, teve de chamar um Uber. “Mostrei minha carteira de trabalho, meu crachá e nada. Ninguém deixou eu entrar e falaram para eu fazer o cadastro novamente depois das 7h15”, revolta-se.
O decreto editado pelo Governo de Goiás e que passou a valer na quarta-feira (17/3) cita a possibilidade de identificação e liberação por meio de documentos que comprovem o vínculo empregatício. Exemplo disso são carteiras de trabalho, crachás e contratos trabalhistas.
A RMTC decidiu, no entanto, adotar o cadastro eletrônico. Segundo a Rede, até esta terça-feira, 70.356 pessoas fizeram o cadastro. Dessas, 41.364 anexaram os documentos solicitados e 28.992 apresentaram somente a justificativa. Quem teve problema no acesso neste primeiro dia, deve entrar em contato pelo 0800 648 2222.
Agressão e veículo vandalizado
A RMTC fez um balanço das ocorrências registradas no sistema de transporte da região metropolitana de Goiânia, nesta terça-feira. Entre elas, constam a agressão física a uma profissional do transporte e um veículo que foi vandalizado.
Aconteceram, ainda, aglomerações fora dos terminais de ônibus e foram registradas, formalmente, 12 reclamações por falhas no cadastro. A Rede avalia como “problemas pontuais” e informa que serão solucionados.
A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), responsável por fiscalizar o serviço, definiu que os ônibus podem circular somente com 50% da capacidade. A medida é um complemento ao decreto da Prefeitura de Goiânia que determina que apenas passageiros sentados podem ser transportados.